Sempre fui um grande defensor do questionamento crítico, mas pautado com novas alternativas. A crítica só salutar quando vem para melhorias sociais e desenvolvimentistas, no entanto, o que presencio, assim como todos que acompanham as discussões na Assembléia Legislativa, são um total e completo amontoado de críticas infundadas e um mínimo de comprometimento e solidariedade com os possíveis problemas que não só são do Maranhão, mas de todo os outros estados da federação.
As discussões são todas dentro do senso comum, sem que tenha conexão com o técnico/científico. Querem apenas ecoar seus pensamentos politiqueiros através das câmaras da TV Assembléia. Ficar no achismo é algo repugnante.
Tiveram duas discussões na Assembléia Legislativa: Segurança Pública e Educação, que deixaria qualquer cidadão com um pouco de discernimento sem entender o que de fato levaria aquelas discussões sem pé nem cabeça. Os nossos representantes usam o parlamento para discutir apenas as responsabilidades, ou seja, se foi do grupo “a” ou “b”, mas não discutem os problemas em sua essência, cujo foco principal está nas questões sociais e econômicas e não na política partidária.
As afirmações dos deputados se assemelham a de professor que não se prepara para dar uma aula, ficando num blábláblá sem consistência e enchendo lingüiça com argumentos fora o eixo central da discussão.
As colocações têm sempre o foco de alardear que o culpado de tudo que acontece é do governo do Estado, isso independente de quem esteja no poder. A oposição não tem procurado interar-se das reais situações enfrentadas pelo Estado, como foi a discussão sobre o Estatuto do Magistério. Ora bolas!!! Este Estatuto já vem sendo discutido há vários anos e nunca o colocaram em prática. A discussão tem que ser pautada nas condições econômicas reais do Estado e não no estimulo a paralisação das aulas, como se isso fosse dar jeito, esquecendo, ainda, que essa irresponsabilidade vai prejudicar milhares de alunos. Isso é apenas a politicalha se sobrepondo as questões sociais de um estado que alardeiam ser o que tem o menor IDH. Convenhamos que esse discurso sejas hipócrita, principalmente por estarem fazendo com que ele se fortaleça ainda mais, com estímulos contrários ao prosseguimento da educação.
Enquanto a oposição busca desmerecer as importantes ações do governo em relação aos temas, a situação procura, através de seus assessores mais chegados, alardear e atribuir responsabilidades aos gestores anteriores.
Na verdade, as colocações de ambos os lados parecem que querem oferecer “ônus” ou “bônus” de tal situação, ou buscam colher melhores frutos políticos daquele que deveria ser um momento de união de forças, em busca das soluções que possam melhorar a divergências sociais e econômicas do Maranhão. Mas que pecam em desconcentrar da importante tarefa de cuidar dos estragos que pode causar uma greve na área educacional, das problemáticas da Segurança Pública, da saúde e demais assuntos de interesse coletivo. Esses problemas não se restringem somente ao Maranhão, mas sim em todos os Estados. A discussão é sociológica e antropológica, visto que os grandes centros incharam sem que tivessem condições de infraestrutura para suportar um crescimento populacional assustador nos últimos anos.
Não seria importante a discussão de como fazer que com milhões dessas pessoas façam o caminho de volta, ou seja, a Zona Rural, isso com toda infraestrutura que desse a ele o bem-estar e a qualidade vida que todos os seres humanos merecem?
O momento, mais do que nunca, é de união e comprometimento com o social, entretanto, nossas lideranças parecem preocupar-se apenas com as eleições e, assim, chegar ao poder, isso causa uma verdadeira “epidemia” de comentários entre a população, muitas vezes, até maldosas, como estão as páginas de relacionamento da internet. Causando, ao invés de união, divisão entre os líderes e incentivando desavenças entre seus comandados. Mas esperar o que da nossa população, se a cada dia são inundadas por uma série de colocações maldosas e desprovidas de um mínimo de responsabilidade de seus líderes? Essa é uma pergunta que, infelizmente, não teremos resposta.
Quando falo que a hora não é de achar culpados e sim de união e responsabilidade, não faço, nem pretendo com essas palavras, inocentar culpados ou desejar impunidade, apenas acho que o memento requer resolver o que está posto e, depois punir quem quer que seja. Mas o importante mesmo é entender que há horas que precisamos por a política partidária de lado e pensar no bem comum o que, infelizmente, não se assiste nesse momento no Maranhão e em diversos Estados brasileiros.
É a politicalha sempre acima da verdadeira ciência política.
Publicado em: Governo