Afinal, poderíamos comparar o deputado Marcelo Tavares com qual peça do xadrez, hoje (03), no embate entre as deputadas Gardeninha e Eliziane Gama?

Publicado em   03/maio/2011
por  Caio Hostilio

Antes de iniciar propriamente dito no assunto, gostaria de dizer que existe uma grave falha na minha formação: não aprendi a jogar xadrez com os mestres, talvez o jogo mais fascinante jamais inventado.  Claro, conheço as peças e sei movê-las. Mas, no xadrez, sou como o dito homem descrito por Sacks: não consigo perceber o “rosto” do jogo. Não me dediquei à aprendizagem da totalidade. E na guerra quem não tem a visão do todo, perde. Eu perco sempre e rápido. Xadrez é um jogo de guerra. Ou de política. Porque política e guerra são a mesma coisa. A guerra é a política quando feita com o uso das armas. Claro que na política se faz uso de armas também. Mas esse uso é dissimulado. Xadrez: dois exércitos que se defrontam.

Primeiro ouvi com muita atenção o discurso da deputada Eliziane Gama, cujo assunto principal foi a desastrosa administração do governo João Castelo em São Luís. Eliziane chegou a mostrar da tribuna um adesivo com a seguinte inscrição: “São Luís é CAOSTELO”.

Eliziane disse, ainda, que tem legitimidade à altura para discutir os problemas de São Luís, uma vez que foi eleita deputada estadual com de 21 mil votos aqui da capital. Tive a segunda maior votação de São Luís”, disse Eliziane.

O certo é que Eliziane Gama é uma das pretendentes a disputar a Prefeitura de São Luís em 2012 pelo PPS, partido que faz parte do governo João Castelo, que fez parte da chapa majoritária de Flávio Dino em 2010, traindo, com isso, o PDT, além de vez por outra namorar com o PSB. Ou seja, Eliziane vai com quem em 2012?

A deputada Gardeninha, por sua vez, saiu em defesa do desastroso governo do seu pai e tentou argumentar que as obras do prefeito não são vistas porque ele não tem dinheiro para pagar a mídia.

Aproveitando a oportunidade, Gardeninha alfinetou outro proponente a disputar a Prefeitura de São Luís em 2012, o ex-prefeito Tadeu Palácio. Gardeninha disse que Eliziane era aliada a Tadeu, que teve as contas rejeitas pelo TCE.

Nessa hora entrou em defesa do ex-prefeito Tadeu Palácio, o deputado Jota Pinto, que disse que as causas das reprovações das contas do ex-prefeito são praticadas as claras pelo atual prefeito João Castelo. Gardeninha teve que concordar e dizer que ela é contra o desemprego. Então ta!!!

Não demorou em que a deputada Gardênia incluísse o governo do Estado no imbróglio, foi aí que o deputado Marcelo Tavares quis entrar na briga. Ficou como gato esperando a hora de dar o bote certo, tentou… tentou… Mas viu que não tiraria proveito algum daquela briga, pois o seu partido, o PSB, vem namorando com todos, ou seja, vai do PSDB de Castelo, tentando passar pelo PDT e chegando ao PPS.

Pela sua movimentação, ele não quis entrar de frente, pois pensou na possibilidade de que o seu grupo reinaldista/flavista talvez tenha que apoiar um candidato de oposição pela disputa da Prefeitura de São Luís, caso Flávio Dino não dispute as eleições de 2012. O certo é que o arquiteto e mentor político do PSB, José Reinaldo, está pensando mesmo é nas eleições de 2012, com todos os partidos de oposição unidos entorno de Flávio Dino para o governo e ele para o Senado. Então essa não é à hora de puxar brasa pra nenhuma sardinha.

Outro que ficou entre a cruz e a espada foi o ex-vereador Batista (PPS). Melhor ficar em cima do muro!!!   

O confronto só é possível graças a um espaço vazio, coisa que não aconteceu para Marcelo Tavares, por isso teve que ficar imóvel. Marcelo sabia se fizesse um movimento errado, a pretensão do PSB poderia encurralar algum dos dois reis, levando-o ao “xeque mate”. No tabuleiro estão presentes as forças, cada uma delas com um potencial de fogo diferente. Os bispos, se movendo sempre na diagonal. Os cavalos, se movendo aos saltos. As torres, nas horizontais e nas perpendiculares.  Os peões, infantaria, andam na frente, um passo de cada vez. Serão as primeiras vítimas na batalha. E a rainha, poder supremo, que desliza nas horizontais, nas verticais e nas diagonais.

Você que conhece bem o jogo Xadrez compararia o deputado Marcelo Tavares a qual peça.

Não esqueça que há muitos estilos diferentes no jogo. Mas, qualquer que seja o estilo, uma coisa é certa: as regras são fixas. Os jogadores têm liberdade para escolher o estilo, mas não têm liberdade para escolher as regras.  Não é possível jogar o jogo do poder com ética. Porque o poder não conhece limites. É insaciável. Quer crescer cada vez mais. Deseja ser absoluto. E a ética é um empecilho a essa pretensão. Não existe lugar para ética no tabuleiro. 

Com isso cabe uma única pergunta a Gardeninha e Eliziane: “Que movimento fazer para derrotar o adversário?” Estamos falando agora do verdadeiro jogo: o político.

Vale sempre ressaltar, que a ética é sempre invocada pelos que estão perdendo. Não conheço caso de partido no poder que tenha invocado princípios éticos para colocar limites ao seu uso de poder. Transparência! Que lindo princípio ético! Somente um louco seria transparente! Ser transparente é ser vulnerável. E quem é vulnerável fica fraco, já dizia Maquiavel.

 Portanto, que os jogadores consigam manter sempre a “rainha”. Afinal de contas é a peça mais importante para proteger o “rei”. Os jogadores não têm alternativas. Eles têm de se submeter às regras. Assim é a política, sempre.

  Publicado em: Governo

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