Se tem alguma coisa que me tira do sério, é a insistência inútil. Trata-se daquela ação persistente de tentar conseguir determinadas coisas mesmo sabendo que não existe a possibilidade de consegui-las. Concordo que muitas vezes é necessário insistir mesmo diante de alguma resistência ou até mesmo de um não bem explicito. Contudo, não é dessa insistência justificável a que me refiro. Trata-se daquela insuportável marcação, como se fosse perseguição, que algumas pessoas fazem para tentar obter algo que não podemos ou queremos disponibilizar.
É dessa forma que vejo a luta do “camarada” Orlando Silva em querer continuar no Ministério do Esporte, mesmo sabendo que o seu desgaste já chegou ao limite e essa sua obsessão vai começar a desgastar sua vida pessoal, principalmente com as primeiras denúncias envolvendo sua esposa. O último a fazer isso foi o já falecido ex-prefeito de São Paulo, Pitta… Lembram o final triste?
Agora mesmo, enquanto trato de escrever essas primeiras linhas, já fui interrompido duas vezes por uma ligação, cuja insistência não tem possibilidade de ser atendida. Não se trata de falta de solidariedade ou de ser egoísta, nem tampouco de não ter explicado claramente as razões da impossibilidade, no entanto a pessoa continua a insistir. Fico me perguntando o que leva alguém inteligente e bem esclarecido a repetir insistentemente a mesma ação?
Posso imaginar que em envolvimentos emocionais isso até possa ocorrer à vista do universo de sentimentos que podem estar interferindo, mas assim mesmo existe um ponto que precisa ser respeitado. É difícil de entender que alguém possa continuar insistindo quando a situação é clara, perfeitamente compreensível e já foi devidamente explicada.
Simplesmente o ministro Orlando Silva é uma carta fora do baralho, por isso deve começar a se desapegar a um cargo passageiro… Já estão dizendo: “Que corrupto insistente esse!!!”
Muitas vezes essa insistência inútil é tão intensa que ultrapassa o tolerável e alcança a falta de educação, não só de quem a provoca, mas também de quem sofre a ação. É uma amolação que só faz crescer a antipatia e a repulsa com a pessoa que tanto insiste. Essa teima em perseguir um objetivo é algo saudável e que merece ser elogiado, porém precisa encontrar alguma ressonância no interlocutor ou possibilidade de realização pelas próprias forças. Coisa que já não cabe mais ao “camarada” Orlando Silva… Vai morrer com a pecha do ministro que desviou dinheiro do Esporte.
A obstinação de querer aparecer como ético e moralista não alcança mais os objetivos, a insistência infernal de querer conseguir continuar no cargo está indo de encontro ao desejo da coletividade de vê-lo longe da pasta.
Ser tenaz e perseverante é fundamental e importante para o crescimento pessoal e a prosperidade, mas depois de ser taxado de corrupto, isso tudo escapa pelo ralo. Essa insistência desproporcional de Orlando Silva e de seu partido o PCdoB, geralmente, esconde a fragilidade e a incapacidade de discernir o certo do errado, o bem do mal, com isso demonstrando claramente o descrédito em si e a falta de autoestima e de amor próprio.
O objetivo deste texto é alertar para a insistência inútil, do “camarada” Orlando Silva, que vem vivendo uma situação incômoda, submetendo-se a momentos de delírio… Para refletir sobre o texto, basta ler o parágrafo a seguir:
Antes de o destino do ministro do Esporte, Orlando Silva, ser oficialmente selado pela presidente Dilma Rousseff na noite de ontem, integrantes do Planalto e do próprio PC do B já discutiam, reservadamente, nomes que pudessem substituí-lo.
Tirem as suas conclusões!!!
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