Confesso, cabalmente, minha perplexidade!!! Eu, filho de militar, lutei tanto na minha juventude contra a ditadura em prol de conceitos que via como solução para o bem-estar e o respeito igualitário a todos os seres humanos… Quanta utopia!!! O homem não é capaz de superar seu egoísmo, sua hipocrisia e falsidade.
Com o passar do tempo, vendo líderes mundiais vivendo como verdadeiros reis e o povo como mero súditos, passei a pensar que, a despeito de todos os problemas atinentes à formulação e execução de políticas públicas, em especial aqueles problemas vinculados à definição e execução de políticas econômicas – terreno no qual a chamada esquerda sempre demonstrou dificuldades de toda ordem, para não dizer, de pronto, uma singular incompetência administrativa e operacional –, haveria quase que uma “natural diferença” de comportamentos e de posturas quando o tema em pauta fosse a ética na política.
A verdade, é que os contorsionismos verbais para transferir uma postura ética e moralista não condizem com a realidade. Essa última atitude de Orlando Silva e do seu PCdoB, demonstraram a verdadeira capacidade de mentir e falsear do ser humano.
Orlando Silva faz controsionsimos verbais que para muitos todas aquelas falcatruas não existiram e para outros, foi tudo em prol da liberdade do povo.
Será que vou ter de confessar que fui ingênuo e cândido em relação a essas coisas, em minha juventude? Serei obrigado a reconhecer que, nessas coisas de se “fazer política”, as diferenças entre a esquerda e a direita não são exatamente aquelas que suspeitávamos, ou que o quê as aproxima, nessas matérias, é muito mais consistente do que aquilo que supostamente as separa? Terei de penitenciar-me por ter, durante muito tempo, acreditado numa espécie de “superioridade moral” da esquerda nessas lides políticas de disputa pelo poder, de luta pela conquista e manutenção dos “postos de comando” do Estado? Vou mesmo ter de, modestamente, fazer a “viagem de Canossa” de meu “aprendizado moral” nas artes e ofícios do grande comércio da política? Posto em termos diretos e mais simples: ainda se pode acreditar na existência de diferenças reais de comportamento, de postura prática, de atitudes mentais no grande jogo da política entre, de um lado, a direita e, de outro, a esquerda? Existe, de fato, alguma distinção normativa, alguma oposição fundamental, alguma separação moral ou bifurcação ética entre a esquerda e a direita em matéria ou em artes de política?
Não sei se conseguirei traduzir a minha perplexidade em termos racionais, de modo a poder oferecer uma discussão minimamente organizada em torno dessas “grandes questões”, questões que sempre me ocuparam ao longo de uma vida dedicada, não exatamente à política, mas mais propriamente à observação da política.
Acredito que muitos que lutaram ao meu lado deve está se interrogando: valeu a pena tudo aquilo para ver uma esquerda se apresentar tanto quanto corrupta e canalha como a direita? Sendo pior por se superar com a hipocrisia, a falsidade e o fadado controsionsimo verbal… Por certo que havia um “sentido”, sempre há: é o da necessidade de agrupar forças, de constituir aliados, de se preparar para os grandes embates eleitorais à frente, de maneira a poder conquistar o grande prêmio, o excepcional botim, a única recompensa que verdadeiramente conta nesse jogo de soma zero que se chama o poder.
Ontem vi as inserções do PCdoB nacional e acabo de ver a inserção do PCdoB maranhense, com Flávio Dino não mudando o discurso de ético e moralista… Meu Deus!!! Será que a hipocrisia dominará por completo os conceitos da humanidade? Sabe, eu acredito que si, pois o ser humano é o único animal que consegue se tornar amigo de sua própria presa.
Mas retomemos essas últimas inserções do PCdoB, que tenta superar a lingüística em sua essência, principalmente no que tange o signo X significado, mas que enfatizado pelas emissoras de TV, cuja evolução traz aos lares imagens e fala sobre os assuntos. Contudo, as inserções do PCdoB querem subestimar a inteligência do povo… Comecemos pelas palavras, e aqui retomo uma das mais famosas frases do nosso folclore político. Como todos sabem, frases verdadeiramente sinceras não costumam freqüentar o palavreado dos políticos, acostumados que estão a um vocabulário que pratica o dom da ambigüidade. Quando o fazem, recebem imediato destaque mediático, correndo o risco de ver decretada sua inscrição compulsória numa lista de “frases do ano”, como ocorreu com o apotegma falsamente franciscano do “é dando que se recebe”. Essa frase verdadeiramente exemplar foi introduzida ao distinto público por um (hoje falecido) deputado do então chamado “Centrão”, durante a Constituinte de 1988, o que garantiu ao seu autor uma imediata, mas algo duvidosa, notoriedade pública. O autor se foi, mas a frase aparentemente ficou conosco, não apenas como exercício vocabular, mas como prática política flagrantemente atual. Alguém duvida disso? Agora, tem: “O PCdoB que a união de todos”… Todos quem, cara pálida?
Diante de um vocabulário político, oferecendo em frases ocas remédios que sabem ser inexeqüíveis, como bem vimos nessas inserções do PCdoB, você não ver que o Brasil é tão complacente com políticos de honestidade duvidosa ou mesmo corrupta?
É… Caberia uma pergunta: houve alguma mudança dramática a partir da substituição do que se considerava direita pela esquerda no que tange a corrupção? Dá para acreditar numa mudança radical do deputado Marcelo Tavares e de seu tio José Reinaldo, além do jovem burguês Rubens Junior? Cobrando ética, moralidade e honestidade, quando fizeram parte atuante de governos corruptos? Convenhamos que seja acreditar que são capazes de subestimar a inteligência alheia!!!
Ah!!! Apenas para levantar mais uma polêmica… Os presidentes militares ao deixarem o governo, saíram ricos ou com o patrimônio compatível ao salário de um General de Exército? Para facilitar a pesquisa foram eles: Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel e João Figueiredo.
Publicado em: Governo
Não sou militar, mas parece que nesse periodo tivemos desenvolvimento,empregos segurança atendimento nos serviços de saude e educação. Sobre a falta de liberdade tão propalada e as perseguições sofridas pela esquerda, que diferença tem pra hoje? Será que amputaram o braço esquerdo deles? Ficou só o lado direito e esse é tão agil que resulta nesses episódios citados pela imprensa marron tão liberta nestes tempos.
Você disse uma verdade que muitos precisam entender…