Primeiramente, o instituto de pesquisa do México desconhece completamente onde está hoje o maior foco de insegurança mundial, isso já dito e discutido por diversas vezes nas redes televisão brasileira e mundial, na Câmara Federal, no Senado, pelo governo do Distrito Federal, de Minas Gerais e, principalmente de Goiás.
Mas o deputado Marcelo Tavares não poderia perder a oportunidade de massacrar o Maranhão, hoje (29), em mais um de seus discursos. Ele distorceu completamente os dados do Instituto mexicano que apontou as 50 cidades mais violentas do mundo, onde São Luís figura na 27º colocação. Senhores deputados, senhoras deputadas, no meu requerimento que eu junto os dados do Mapa da Violência 2012 que são os novos padrões da violência homicida no Brasil.
Usando da politicalha veja o que ele disse: “Veja que palavra forte, homicida. Que mostram que a criminalidade, o número de homicídios no Maranhão cresceu 329%. Vejam bem, 329% é o segundo maior crescimento do Brasil. Que o Maranhão no Governo de Roseana só aparece liderando os indicadores ruins: homicídios, o Maranhão é vice-campeão, analfabetismo o Maranhão é campeão, miséria o Maranhão é campeão. Então é assim….”
Ora bolas!!! O correto seria dizer que pelo menos 14 cidades brasileiras estão entre as mais violentas do mundo. Que a conclusão é do estudo feito por uma organização não governamental mexicana, que fora divulgada desde o dia 13.
Dizer que essa “pesquisa” apontou Maceió como a capital mais violenta brasileira, ocupando o terceiro lugar no ranking – com uma taxa de 135.26 homicídios para cada 100 mil habitantes.
Depois da capital alagoana estão Belém (PA) – em 10o lugar no ranking, com uma taxa de 78.08 homicídios para cada 100 mil habitantes; Vitória (ES), em 17o lugar, com taxa de 67.82; Salvador (BA), em 22o na lista, com 56.98 e Manaus (AM), em 26o, com 51.21.
E que depois vem as cidades de São Luís (MA), em 27o lugar no estudo, com taxa de 50.85 mortes violentas para cada 100 mil habitantes, João Pessoa (PB), em 29o, com 48.64; Cuiabá (MT), em 31o na lista, com taxa de 48.32; Recife (PE), em 32o lugar, com taxa de 48.23, Macapá (AP), em 36o, com 45.08; Fortaleza (CE), em 37o, com 42.90; Curitiba (PR), em 39o na lista, com 38.09; Goiânia (GO), 40o, com 37.17 e Belo Horizonte (MG), em 45o no ranking das cidades mais violentas, com taxa de 34.40 homicídios para cada 100 mil habitantes.
Mas os dados desse instituto estão completamente equivocados. Nenhuma capital brasileira e os municípios são mais violentos que o entorno de Brasília, onde hoje tem aproximadamente três milhões de habitantes.
O programa Fantástico já fez diversas reportagens, assim como JN, Jornal Hoje e demais Programas jornalísticos das demais emissoras. O Fantástico afirmou, em uma de suas reportagens, segundo dados oficiais, que a região era um dos lugares mais violentos do mundo, que fica no entorno de Brasília. A região é considerada como terra de ninguém. Fica bem próxima à capital federal, a cerca de 40 minutos do Palácio do Planalto, e contrasta com a relativa tranquilidade em que se vive lá. Os flagrantes de violência foram registrados em quatro cidades do chamado “entorno”.
Depoimentos e flagrantes que poderiam ser de uma guerra, em algum lugar perdido, isolado no restante do Brasil, foram registrados em quatro cidades da periferia da capital do país: Novo Gama, Luziânia, Águas Lindas de Goiás e Valparaíso de Goiás.
Abaixo uma matéria de Alexandre Garcia:
ENTORNO DE BRASÍLIA CONSIDERADO O MAIS VIOLENTO DO MUNDO
Edição do dia 31/05/2011
‘Não adianta só polícia no entorno de Brasília’, afirma Alexandre Garcia
É necessária a presença do estado na prestação dos serviços públicos, e da iniciativa privada na criação de emprego e oferta de serviços coletivos.
Apenas aumentar o número de policiais não seria a solução. Só a polícia não adianta. De segunda-feira (30) para terça (31), foram registrados mais cinco homicídios. É toda hora. Como disse o policial na reportagem do Bom Dia Brasil, é a terra do “nem”: nem Brasília nem Goiás; nem o governo federal nem os municipais; nem limpeza, nem urbanização; nem transporte, nem saúde, nem educação.
Números do IBGE mostram que metade não tem saneamento. São as mais altas taxas de abandono escolar, falta de saúde pública. Mais do que esses números do IBGE, o grito e o choro da população, dos doentes sem atendimento, dos jovens mortos e das crianças com escolas precárias revelam isso.
Como já descobriu o secretário de segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, em relação às UPPs: só polícia não basta. É necessária a presença do estado na prestação dos serviços públicos, e da iniciativa privada na criação de emprego e oferta de serviços coletivos.
No caso das redondezas do Distrito Federal, há ações esporádicas, que o modismo chama de pontuais, das polícias de Goiás e de Brasília e da Força Nacional. Depois volta a violência campeã mundial.
Quanto aos governos de Brasília e de Goiás, parece que o entorno se encaixa bem da expressão “entre Herodes e Pilatos”. É verdade o que diz o secretário de Segurança do Distrito Federal: eles têm feito reuniões, sim. Aliás, reunião é o esporte preferido do setor público. Depois fica no “nem”.
Os “nemenses” do entorno ficam a pagar o ônus de terem contribuído, com a migração provocada pelo magnetismo de Brasília, para o inchaço que dificulta as soluções. Ficam à espera de que a “terra do nem” possa se tornar um dia a “terra do tem”.
Alexandre Garcia.
Como podemos ver, o Instituto mexicano desconhece os fatos reais brasileiros e o deputado Marcelo Tavares precisa deixar mais as politiquices e passar a usar o bom senso, isso para que o debate ganhe em qualidade…
Publicado em: Governo