JB
Após constatar que “a realidade das contas de Niterói é dramática”, o prefeito eleito do município vizinho ao Rio, Rodrigo Neves (PT), mesmo antes de tomar posse, anunciou neste domingo (30) um pacote de medidas que inclui a redução de 19 secretarias e autarquias e de mais de 1300 cargos comissionados.
Ele promete ainda “renegociar contratos e suspender o pagamento de restos a pagar e dos atos normativos da administração que se encerra”. Segundo os números que obteve durante os 45 dias de trabalho da equipe de transição, ele concluiu que o governo de Jorge Roberto da Silveira fez a dívida disparar. Ela quintuplicou nos últimos quatro anos.
“A dívida líquida consolidada saltou de R$ 70 milhões, em 2008, para R$ 433 milhões neste ano, segundo dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE). E devem chegar a R$ 500 milhões em 2013, por conta dos restos a pagar da atual gestão. Isso representa um salto de 8% para 40% da receita líquida A primeira prioridade é reorganizar a gestão. O niteroiense convive com dificuldades cotidianas em relação às ruas esburacadas, fechamento de unidades de saúde e insegurança. Entretanto, a realidade das contas públicas e da gestão é muito mais dramática, pois se estima que os restos a pagar para 2013 cheguem a R$ 100 milhões. Por isso, anunciei hoje (30) um choque de gestão e ajuste fiscal rigoroso, sem os quais a prefeitura de Niterói se tornará insolvente”, explica.
A situação financeira da administração municipal é tão grave que metade dos servidores públicos pode ficar sem receber o salário de janeiro, de acordo com a informação passada pela atual gestão:
“O atual prefeito já avisou que terá dificuldades para deixar recursos para os pagamentos dos salários de dezembro. Disse que não poderá pagar metade da folha”, lembra Neves.
Fim de secretarias e cargos comissionados
A principal causa para a situação quase falimentar da prefeitura de Niterói, segundo a avaliação do novo prefeito, é o inchaço da máquina pública. Reunindo uma ampla gama de apoios políticos, Silveira aumentou o número de secretarias e autarquias municipais para acomodar os aliados:
“Estou assinando 35 decretos no primeiro dia de governo, com a redução de 19 secretarias e autarquias desnecessárias e de mais de 1300 cargos comissionados. Também vamos renegociar contratos e suspender o pagamento de restos a pagar e dos atos normativos da administração que se encerra”, afirma.
O pacote de medidas, segundo ele, visa cortar despesas públicas para, posteriormente, ele ter como viabilizar os investimentos nas principais necessidades da cidade.
Publicado em: Governo