Os maiores predadores da costa maranhense são os pescadores piauienses e cearenses, principalmente na captura da lagosta, cuja costa maranhense é o verdadeiro habitat natural dessa espécie e não a costa cearense.
A operação Argus, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Sema), iniciada no domingo (24), na área do Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luís, apreendeu, durante cinco dias, duas embarcações com 120 manzuás e 600 quilos de peixes.
As embarcações pertencem a uma empresa de Luís Corrêa, no Piauí. Os proprietários informaram ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que apresentaria a documentação de uma delas. No barco San Diego V foram encontrados cerca de 400 kg de peixes e no San Diego IV, 200 kg.
As embarcações, os pescados e petrechos foram trazidos para São Luís, nesta quinta-feira (28), e levados pelo Ibama, para o Porto Ponta da Espera, para a retirada do material apreendido (pescados e petrechos). O pescado será doado para instituições filantrópicas de São Luís.
O objetivo da operação foi coibir a pesca irregular e predatória no Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luís e, também, a pesca da lagosta durante o defeso do crustáceo. “Os órgãos responsáveis pela fiscalização dos ilícitos ambientais estão articulados no sentido de coibir, de forma cada vez mais intensa, essas irregularidades”, disse a coordenadora da operação da pela Naiara Valle, da Superintendência de Biodiversidade e Áreas Protegidas da Sema.
A operação teve a participação de dois analistas ambientais da Sema, dois analistas do Ibama e quatro policiais do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA). Faz parte de uma série de ações de fiscalização a serem realizadas pela Sema. “Defendo a parceria com o Ibama e BPA para futuras ações de gestão e fiscalização”, ressaltou o secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais, Victor Mendes.
Parcel Manuel Luís
O Parcel de Manuel Luís é o primeiro Parque Estadual Marinho do Brasil (Decreto Estadual N° 11.902 de 11 de Junho de 1991). Envolve uma área de 46.000 ha, localizada no Litoral Ocidental do Maranhão, distante 86 km da costa e a 180 km de São Luís. É importante por diversos aspectos, entre os quais, as riquezas marinhas. As principais espécies ameaçadas pela pesca predatória na área são: Mero (Epinephelus itajara), Lagostas (Panulirus sp.) e Peixes vermelhos (Lutjanidae).
O Parque, também, tem importância histórica. É o segundo maior cemitério de embarcações do mundo. Estima-se que, entre 1536 a 1983 dezenas de embarcações tenham naufragado no local.
É uma importante área para a conservação da biodiversidade marinha brasileira possuindo, inclusive, o status de zona úmida de importância internacional.
Publicado em: Governo
Caro Caio, muito boa sua postagem! Lembrando que Lagosta e muitas espécies de peixes (peixe vermelho p.ex) são pouco explorados (pescados) no litoral maranhense. Os piauienses e cearenses se “vangloriam” da produção de lagosta. mas nunca falam que pescam no litoral maranhense, desrespeitando as leis ambientais tanto federais quanto estaduais. No litoral de Guimarães, Cururupu e Apicum-Açu podemos constatar grande matança de pequenos peixes, causada pela pesca de arrasto e outras técnicas proibidas em todo território brasileiro. Fica meu apelo ao IBAMA e a SEMA que façam a fiscalização efetiva para, pelos menos, diminuir esses crises ambientais no litoral maranhense. Crime que afeta diretamente a economia desses municípios citados e a do estado do Maranhão como um todo.
Cláudio, você tem toda razão. Um exemplo é o pargo, pois é uma espécie do litoral maranhense, mas todos acham que é do litoral cearense. As águas maranhenses são ricas em alimento para diversas espécies, haja vista que tem vasta área de mangue. É preciso preservar!!!
Sou filho de pescador da região, e o que observei foi uma operação de guerra na região onde ocorrera apreensão de pescado em massa de pescadores artesanais além de aplicação de severas multas. Por um instante me perguntei como alguém que não tem nem mesmo o que comer poderá pagar multas que pairavam na casa dos 10.000,00.
A situação foi de muita tristeza onde pescadores imaginavam o que iriam dar de comer para suas famílias, e para terminar de completar o pescado apreendido fora jogado no mar, ocasionando o processo de magnificação trófica. É muito triste ver o fruto de seu trabalho jogado fora!
Agora me pergunto qual será a situação dessa população que paga o que fora feito por pescadores de outras regiões?
Ronald Luis; Médico veterinário….