Fotógrafo Orlando Brito registrou imagens, muitas delas inusitadas, dos 11 presidentes que o país teve desde 1965
Esta matéria é fascinante e nos remete ao intimo das pessoas que comandaram e que comanda o Brasil. O interessante é que através das brilhantes fotos de Orlando Brito, podemos mensurar e chegar ao mesmo denominador que o artista fotográfico chegou a seus cliques triunfais. Para ler a matéria toda clique aqui.
Esta é uma das fotos registradas por Orlando Brito e a legenda nos remete ao imaginário do quanto um homem tem que superar forçadamente os seus egos e superegos… Fantástico!!!
Legenda: João Figueiredo, conhecido por não gostar do “cheiro do povo”, é carregado por uma multidão de garimpeiros, sujos, em visita a Serra Pelada
Manias e maneiras
Como os presidentes se comportaram diante das câmeras, segundo Orlando Brito:
Castello Branco (1964-1967): “Era um sujeito superdissimulado. Você tinha que observá-lo muito porque dificilmente revelava pela própria imagem o que estava pensando.”
Costa e Silva (1967-1969): “Todo mundo diz que ele era grosseiro. Mas, por incrível que pareça, comigo sempre foi de trato fácil.”
Emílio Médici (1969-1974): “Era incapaz de um sorriso. E uma pessoa que não sorri você sabe muito bem como é…”
Ernesto Geisel (1974-1979): “Foi o homem que percebeu a importância de se fazer a abertura para a democracia. Acho que as fotos dele mostram um pouco disso.”
João Figueiredo (1979-1985): “Talvez tenha sido o mais sensacional no quesito visual. Ele gerava imagem espontaneamente, era verdadeiro, incapaz de topar uma armação para fazer uma foto.”
Tancredo Neves (morreu antes de assumir): “Tinha uma ironia finíssima. Dizia não com a palavra sim.”
José Sarney (1985-1990): “Pode-se dizer o que quiser do Sarney, mas não que ele não é um democrata. É parcimonioso, não fala palavras indevidas. Nas imagens também é assim.”
Fernando Collor (1990-1992): “A fotos do Collor não eram imagens que advinham da espontaneidade. Eram imagens montadas para obter um resultado político.”
Itamar Franco (1992-1995): “O Itamar fez um governo muito singelo, mas muito importante. A imagem dele transmitia muita naturalidade.”
FHC (1995-2002): “A gente [fotógrafos] teve um acesso grande a ele. Eu fico tentando interpretar isso: como um sujeito que tinha tudo para não ser permissivo nos deixou ter tanto acesso?”
Lula (2003-2010): “O Lula é um sujeito controverso, imprevisível. Você não sabe o que vem dali. No fundo, ele é meio Collor. O Lula também é midiático.”
Dilma Rousseff (2011…): “Eu estava acostumado a fotografar ‘os’ presidentes, aí chega ‘a’ presidente. Lembro-me de estar em uma cerimônia no Itamaraty em que a Dilma estava entregando medalhas. A medalha de um dos homenageados ficou mal colocada e ela voltou para arrumar, deixar no lugar. Não dá para imaginar um Figueiredo ou um Collor fazendo uma coisa dessas.”
Publicado em: Governo