Será iniciada nesta segunda-feira(08), no Maranhão, uma  consulta em forma de plebiscito, sobre a administração dos hospitais universitários pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O início da mobilização organizada por entidades estudantis e sindicatos de categorias de trabalhadores ligados ao servidores públicos federais e à Universidade Federal do Maranhão (UFMA) será a partir das 8h, no Hospital Universitário Presidente Dutra (HUUFMA).

As urnas estarão à disposição da comunidade universitária e de toda a população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) para que possa expressar sua opinião a respeito da adesão dos Hospitais Universitários Federais à Ebserh, no período de 8 a 16 de abril e serão localizadas no Campus do Bacanga(UFMA), nos HU e em locais estratégicos, em São Luis, como os terminais de transportes coletivo urbano da Cohab e Praia Grande.

O plebiscito organizado nacionalmente pelo Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes-SN), Fasubra, Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina (Denem),  Fenasps e  Frente Nacional Contra a Privatização do SUS tem o objetivo de informar e envolver a comunidade universitária e usuários dos Hospitais Universitários sobre o significado da Ebserh e os riscos que esta empresa apresenta ao Sistema Único de Saúde (SUS) e à autonomia universitária.

A votação será realizada unicamente por votos em urnas. E os votos coletados serão entregues ao Ministério da Educação (MEC), no dia 24 de abril, em ato durante a Marcha à Brasília, atividade nacional da Jornada de Lutas Unificadas, organizada pelo Espaço de Unidade e de Ação. Na cédula para a votação aparecem quatro itens que explicam como a empresa contribuirá para o desmonte dos serviços prestados nos HU e o questionamento se o votante concorda com a implementação da Ebserh.

De acordo com a diretoria da Associação de Professores da UFMA (Apruma) Seção Sindical do Andes – SN  a consulta é uma continuidade das ações no sentido de barrar a  privatização dos hospitais universitários através da Ebserh. “Esse modelo de administração adotado pelo Governo Federal  é uma ameaça à autonomia universitária e à qualidade do atendimento aos usuários do serviço público de saúde”, criticam os dirigentes da Seção Sindical.

A diretoria da Apruma avalia que a Ebserh cria uma segunda porta de acesso aos serviços do hospital, por meio convênios e contratos com instituições privadas, como plano de saúde, por exemplo, onde os atendimentos terão prioridades sobre aqueles que só podem usufruir do serviços públicos de saúde. Além disso, os recursos da União estarão financianciando uma empresa privada que gerenciará os hospitais ao seu modo e a mais grave consequência da chegada da Ebserh: é a desconstrução de conquistas na criação e consolidação do SUS.

HU

Em todo o território nacional as universidades federais brasileiras são responsáveis por 46 HU que compõem o mais importante e maior conjunto de instituições de saúde, responsáveis por procedimentos de alta complexidade na rede pública. Esses hospitais também estão implicados com o processo de pesquisa inovadora e no desenvolvimento da ciência brasileira nessa área. Dessa forma, respondem à política de saúde assentada no SUS e  possibilitam aos usuários de todo país o acesso aos procedimentos que empregam tecnologias mais avançadas, de forma universal e gratuita.

Para o Andes a Ebserh materializará, no cotidiano das relações de trabalho e acadêmicas, o aviltamento das condições precarizantes para significativas  parcelas de docentes, técnico–administrativos, bem como das condições de estudo e formação dos estudantes das ciências da saúde.

  Publicado em: Governo