A matéria abaixo, publicada ontem (26), pelo Jornal Estado do Maranhão, assinada pelo jornalista Jock Dean, mostra claramente a falência do sistema de saúde da Prefeitura de São Luís, mesmo já recebido do Ministério da Saúde até o momento, mais de R$ 300 milhões. As UPAs são as salvadoras do descaso com a saúde ludovicense pela Prefeitura, porém elas podem entrar em colapso pelo estrangulamento dos mais diversos tipos de atendimentos que não condizem com sua funcionalidade.
Vamos a matéria do EMA:
Pacientes denunciam precariedade no serviço básico de saúde em SL
Em algumas unidades mistas faltam materiais, como agulhas e algodão, em outras faltam remédios e até médicos; por causa da precariedade das unidades municipais, muitas pessoas estão buscando as UPAs, que estão ficando superlotadas
Jock Dean
Da equipe de O Estado
Falta de médicos, remédios, materiais, alimentação, atendimento demorado, maus-tratos por parte de funcionários, instalações físicas inadequadas. Estas são algumas das reclamações feitas por quem depende do sistema público de saúde mantido pela Prefeitura de São Luís. No caso das unidades de urgência e emergência, há ainda a superlotação, fazendo com que os pacientes fiquem internados em macas nos corredores dos hospitais. Revoltada, a população se pergunta por que os problemas, que são antigos, ainda não foram resolvidos. Para a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), é preciso restaurar a confiança da população no atendimento médico prestado pelo Município.
Na semana passada, O Estado percorreu as quatro unidades mistas de São Luís e apenas no Bequimão não houve reclamação de pacientes que buscaram atendimento. Nathália Santos Ferreira levou o filho de sete meses para vacinar, na Unidade Mista do São Bernardo, mas a vacina não estava disponível na unidade de saúde. “Às vezes faltam funcionários para atender a gente e o vigilante é que fica dando alguma informação”, disse.
Na Unidade Mista do Coroadinho, a reclamação de Maria de Jesus Azevedo Santos era de que não havia o material necessário para que seu sobrinho, Adelino Rodrigues Penha, fosse medicado. Ele fez uma cirurgia de úlcera recentemente e, como estava com dores intensas, foi até a unidade em busca de atendimento, mas voltou para casa com o mesmo problema. “Não tem agulhas para aplicarem o medicamento receitado. Mandaram a gente comprar em uma farmácia, mas não tem nenhuma perto do hospital”, afirmou.
Quem também não conseguiu ser medicada foi a aposentada Domingas Moura Plácido… “Antes, aqui se
faziam alguns exames, como ultrassom, mas agora a gente precisa ir a outro hospital ou tentar marcar no Cemarc [Central de Marcação de Consultas e Exames]”, comentou.
Sem médico -Na Unidade Mista do Itaqui-Bacanga, Darlene Santos Pereira, que está no quinto mês de gravidez, informou que está fazendo o pré-natal por meio da unidade da Plan, na Vila Embratel, uma organização não-governamental (ONG), pois não há obstetras na unidade mista…
Vinícius Nina frisou que apenas casos graves como acidentes e traumas devem ser levados para o Hospital Municipal Djalma Marques (Socorrão I), no Centro; Socorrão II e Hospital Municipal
Odorico Amaral de Matos (Hospital da Criança), localizado na Alemanha. No entanto, as três unidades de saúde que são referência na rede municipal para atendimento de urgência e emergência também são alvo de reclamações.
São considerados atendimentos ambulatoriais casos de febre leve ou moderada, gripe e tosse que se repetem por dias, infecções na pele, verminoses, alergias leves e sem cansaço, entrega ou prescrição
de exames. Pacientes com essas doenças devem procurar atendimento em ambulatórios por meio da marcação de consulta em unidades mistas e postos de saúde de São Luís. Pacientes aguardam atendimento na Unidade Mista do Coroadinho; eles reclamam da falta de materiais
UPAs prestam serviço de ambulatório
Por causa da precariedade no atendimento das unidades mistas e postos de saúde de São Luís, quem depende do sistema público de saúde está recorrendo às unidades de Pronto Atendimento (UPA) da capital, que estão superlotadas, atendendo até o triplo de sua capacidade. A maioria dos pacientes vai em busca de atendimento ambulatorial, que não é a finalidade das UPAs.
Elane da Silva Oliveira, que tem uma filha de 3 anos, disse que desistiu de buscar atendimento no Hospital Municipal Odorico Amaral de Matos (Hospital da Criança) porque já passou até 10 dias com a criança internada no corredor. “Não tem condições de deixar uma criança, ainda mais pequena, em uma maca no corredor de um hospital. Isso só piora o quadro clínico dela”, disse. Por isso, sempre que a filha adoece, ela recorre à UPA Vinhais, como aconteceu na semana passada.
Assim como Elane da Silva Oliveira, muitos outros pacientes buscam atendimento nas UPAs. No entanto, pelo menos 80% dos pacientes que recorrem às unidades não têm o perfil clínico para o qual as UPAs se destinam. “Estamos prestando hoje um atendimento majoritariamente ambulatorial.
Eu já atendi pacientes que vieram aqui porque tem piolho, escabiose. Durante a madrugada, já chegaram aqui pacientes reclamando de oxiuríase, o popular sibuí.
Todos esses são casos de atendimento ambulatorial, mas, como os pacientes recorrem a nós, prestamos o atendimento”, informou o clínico-geral Maico Moraes Oliveira, médico da UPA Cidade Operária.
Por causa da grande demanda de pacientes que necessitam de atendimento ambulatorial nas UPAs, o serviço prestado por essas unidades começa a ser alvo de reclamação. Reginaldo Silva, que foi com o filho de 3 anos à
UPA Cidade Operária, reclamou da demora no atendimento. “Meu filho está com febre e estamos esperando há mais de uma hora pelo atendimento”, disse. Em conversa com O Estado, ele informou que não leva o filho ao posto médico da Cidade Olímpica, bairro em que mora, porque não há médicos na unidade.
Publicado em: Governo
[…] Fonte: Caio Hostilio […]
Poderia ser feito também uma matéria sobre o descaso não só de são luís mas também de todo Estado do Maranhão, que é precária começando pelos Socorrões que é uma vergonha para todos nós.
Os socorrões é de responsabilidade da Prefeitura de São Luís. Quanto a matéria por todo o Maranhão, eu já fiz, e mostrei que diversos prefeitos recebem os recursos do SUS e somem com o dinheiro.