JB
“The Economist” surgiu no auge da desapiedada exploração dos trabalhadores britânicos, e por iniciativa da indústria têxtil de Manchester – a vanguarda daquele old liberalism, que inspirou Marx e Engels a redigirem seu Manifesto Comunista. Bons tempos eram aqueles, nos quais os operários – entre eles crianças de 8 e 10 anos – trabalhavam de 12 a 16 horas por dia e, quando faltavam aos domingos, pagavam multa pela ausência. O mundo tem mudado, menos “The Economist”. Naqueles tempos magníficos, a revista acompanhava os investimentos britânicos no Brasil e aplaudia o punho de ferro do imperialismo em nossas terras.
Em nossos tempos atuais, na defesa dos bancos ingleses e dos especuladores da City, a publicação pretende nomear o Ministro da Fazenda de nosso país: um ministro que faça tudo o que o governo britânico está fazendo hoje contra seu próprio povo, com o arrocho fiscal e o corte até o osso nos gastos sociais, para que sobre para o capital financeiro.
A revista, depois de haver sugerido (em nome de que e de quem?) a demissão de Guido Mantega em dezembro do ano passado, volta a fazê-lo agora. Esquecem-se seus editores de que a Inglaterra é hoje um leão desdentado, que vive à sombra do poder de sua antiga colônia americana, e se tornou o grande valhacouto de banqueiros bandidos, como os fraudadores do Barclay’s, e confessos lavadores de dinheiro do narcotráfico, como os senhores do HSBC.
O Brasil é um país soberano, com suas instituições democráticas recuperadas há quase trinta anos, e quem manda aqui é o seu povo, mediante o parlamento e a Chefia do Estado, eleitos diretamente pelos cidadãos. Aqui mandamos nós, e os ministros são escolhidos e nomeados por quem tem o poder constitucional de fazê-lo: a chefia do poder executivo.
Assim, e, por favor, Shut Up!.
Publicado em: Governo