Educação é a chave para publicidade digital atrair investimentos

Publicado em   30/nov/2013
por  Caio Hostilio

adnews-3457984681385745806c1193a215ef1670609a71324ad99de5162e40695Ocorreu nesta sexta-feira, 29, o IAB Meeting, evento organizado pelo Interactive Advertising Bureau, o IAB Brasil, que contou com executivos de grandes gigantes do meio digital. O objetivo foi discutir os rumos da publicidade online no Brasil. O bate-papo foi mediado por André Zimmermann, VP de Agências do IAB Brasil.

Se fosse necessário definir o encontro em apenas uma palavra, ela seria “educação”. Tal tema, segundo os palestrantes, será essencial para a edificação do mercado de publicidade digital brasileiro por dois motivos essenciais: primeiro porque a disseminação da educação está estreitamente ligada ao mundo digital, segundo porque ela irá preparar melhor os profissionais de comunicação do País.

Rafael Davini, diretor do Terra e presidente do IAB Brasil, por exemplo, citou que os profissionais precisam arriscar mais na hora de apostar no digital. “Existe um gap muito grande do que é a realidade dessa mídia e como a monetizamos”, reflete fazendo uma referência ao quanto é gasto em share publicitário no digital (por volta de 4,4%, segundo o Inter-Meios) e o quanto ele representa em termos de audiência (83 milhões de brasileiros conectados, segundo o IBGE, quase metade da população de 200 milhões).

“Esse gap só pode ser cumprido à medida que as pessoas tenham segurança”. Para Davini, a educação pode ajudar neste quesito, formando profissionais que planejem e não pensem numa ação digital com apenas duas ou três frentes e já achem que isso está “bacana” ou profissionais de marketing que não invistam no potencial do digital e acreditem que sempre ele precisa ser o mais barato.

Fabio Coelho, presidente do Google Brasil, relembrou que a educação também será a porta para a democratização do digital. Ele citou a recente parceria com o governo do Estado de São Paulo para aumentar o acesso à tecnologia. “Teremos que ter esforços colaborativos para criar uma economia digital mais forte. A oportunidade é maior quando trabalhamos integrados”, reflete.

Leonardo Tristão, diretor do Facebook, também crê no esforço coletivo. “Recentemente lançamos o internet.org para pensar como podemos tornar a tecnologia mais eficiente e baratear o acesso”, exemplifica.

Obviamente, num evento que discute a publicidade digital no Brasil, a remuneração não poderia ficar fora da pauta e o assunto foi abordado com veemência por Davini. “Tirando meus dois colegas aqui do lado [apontando Coelho e Tristão], internet não sabe ganhar dinheiro”.

Para o executivo, parece haver vergonha no fato de que ganhar dinheiro faz parte do trabalho publicitário no digital. E nada de vender o seu projeto como o salvador da pátria. “Ninguém quer ver um único player”, ressalta explicando a importância de ações crossmedia bem planejadas.

Se ainda há metade de brasileiros sem internet, este talvez seja um dos principais pontos que impedem o avanço da publicidade digital, pelo menos na opinião de Eduardo Becker, diretor da central Globo. “Saindo dos grandes centros a realidade é outra, em Americana, no interior de São Paulo, uma criança numa escola não está necessariamente conectada”, comenta.

Comparações com outros países são “inglórias” segundo o executivo. Para o diretor da emissora carioca “é lógico” que os investimentos irão aumentar se a tecnologia estiver difundida. “Não aumentam por aumentar, aumentam na proporção correta”.

Por Leonardo Araujo

  Publicado em: Governo

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