Quando era útil

Acredito que alguns de vocês que estiverem me lendo nesse exato momento irão ficar tensos só de ler a palavra ‘tenso’. Calma aí. Vocês sabem que sou tenso na maioria das vezes. Essa não é uma introdução usual, mas é o que conseguir fazer. Não se assustem ao pensar que mudei de lado e que só uso esse blog para falar da política chata do Maranhão. Se bem que falar desse assunto é tarefa difícil.

Mas vamos aos fatos. Ligo a TV e me espanto de ver que em São Luís e em outros municípios do Maranhão também tem porco. Não no sentido animal da palavra, pois o bichano é até simpático, assim como o pingüim, a coruja, o jacaré e o jabuti. Esse não. Ato falho. Ele trepado numa árvore ou foi enchente ou mão de gente!!! A questão é que vendo São Luís e alguns municípios maranhenses submersos pensei que já tinha visto esse filme aqui. É bem aqui no Vinhais, onde moro. Mas lugar de porco não é nas cidades. Lembro que já vi esses bichanos em pocilgas e em criadouros. É bem capaz de termos uma Porcolândia em cada cidade. Já pensou?

Mas a questão é que quem paga o pato, ou melhor, o porco é você. É você que continua jogando lixo no chão das ruas como se ela fosse uma extensão da sua casa. Na sua casa até pode, mas que exemplo você vai dar para os seus filhos? Quer uma lixeira de presente? Aliás, você sabe o que é uma lixeira? Sabe pelo menos para que serve?

Ou será que vocês estão forçando o governo a adotar algum transporte alternativo? Bote, jangada, caiaque, barco! Não pense que o governo vai logo de cara colocar Jet Sky. Claro que não. Isso vai ser a alternativa da classe AAA. Que pode se preparar para pagar o seu novo IPVA (Imposto sobre a propriedade de veículos aquáticos).

A água quando cobra o seu pedágio é assim. Dessa forma. Ela vai sem pedir licença e sai arrastando o que estiver na sua frente, ou sai arrastando ladeira abaixo tudo o que estiver também em sua frente. Seja um barraco, seja uma casa de classe média (o que é meio difícil). Ela invade uma Mercedes ou um Fusca 67. Ela não vê classe social e não escolhe marca nem modelo. Ela é forte. E decidida a seguir sua viagem.

E aí é que entra o governo. Ele não tem culpa. Aliás, tem. Vamos dividir esse bolo. Mas não vai ser meio a meio. A meu ver, o governo tem culpa em deixar as pessoas morando em áreas de risco e de não oferecer uma moradia decente para elas morarem. E tem culpa também em não fazer praticamente nenhuma campanha de esclarecimento nem de conscientização de que se deve jogar lixo no lixo, além de não oferecer um adequado sistema de escoamento de água pluvial…

Sai ano, entra ano, é sempre a mesma coisa. Promessas. Mas nunca vi ninguém na virada do ano chegar e na listinha de novas resoluções estarem escrito que no ano que vem, além da dieta básica, não haverá mais desabrigado e os porcos não vão mais jogar lixo no chão. Uau!! Que fofo isso!

Mas o povo é porco. A parcela maior de culpa é dele. A quantidade de lixo que se vê quando as ruas enchem não deixa ninguém mentir. Está lá a prova do crime. Só não tem impressão digital. Tem é falta de vergonha e educação. Educação essa que não se aprende nos livros.

Então é necessário que se faça algo rápido e urgente. Se isso não acontecer rápido, não vai demorar muito para que criem o disque desabrigado e o disque porco, onde quem ficasse desabrigado e quem fosse flagrado jogando lixo no chão poderiam ser denunciado através de uma ligação anônima e limpinha, com certeza ajudaria o governo.

Além do porco tem o soneca, que vive a dormir enquanto São Luís vai virando tábua de pirulito!!! Ninguém merece!!! E a greve dos garis? O que não faltou foi lixo para entupir bueiro…

Quem sabe não se crie até uma Secretaria? Secretaria dos desabrigados e do Lixo, só que isso poderia trazer sérios problemas, pois iam acabar confundindo e não sabendo separar o desabrigado do lixo. Mas isso é outra história.

  Publicado em: Governo