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Otávio Cabral, autor de biografia não autorizada de José Dirceu com diversos erros históricos, assume a campanha do tucano no dia 2 de junho
O editor executivo da revista Veja, Otávio Cabral, será um dos coordenadores de comunicação da campanha à presidência da república de Aécio Neves (PSDB-MG). Cabral vai trabalhar com Paulo Vasconcellos, marqueteiro da campanha, a partir do dia 2 de junho.
Otávio Cabral, antes de trabalhar na Veja, foi jornalista na Folha de S. Paulo e Notícias Populares. No ano passado, escreveu a criticada biografia não autorizada de José Dirceu, “Dirceu – A biografia”. O livro foi classificado pelo jornalista Mario Sergio Conti como “chutes para todo o lado contra a sua própria carreira”.
Sergio Conti relatou todas as inverdades encontradas nas páginas do livro, listando vários equívocos só nas seis primeiras páginas do capítulo inicial. “E a sexta página se encerra com um abuso: Otávio Cabral afirma que José Dirceu apoiava Jango ‘mais para se opor ao pai do que por ideologia’. Nada autoriza o biógrafo a insinuar o melodrama edipiano. Ainda mais porque, dois parágrafos adiante, é transcrita uma declaração na qual José Dirceu afirma que, no dia mesmo do golpe, se opôs à ditadura por ‘um problema de classe’”, completa.
Entre outros erros históricos, o biógrafo afirma que em 1968 “a Guerra Fria encontrava-se no auge e a invasão dos Estados Unidos a Cuba era iminente”. Mario Sergio Conti corrige: “A invasão de Cuba fora eminente em 1961, quando a CIA organizou o desembarque na Baía dos Porcos, e no ano seguinte, durante a crise dos mísseis, e não seis anos depois. E 1968 não foi o ano do auge da Guerra Fria, e sim o da sua grande crise, que levou o capitalismo e o stalinismo a se darem as mãos”.
Segundo Conti, a biografia tem dezenas de barbaridades. Uma das melhores é o trecho que diz: “Fernando Collor, na tentativa de se manter no Planalto durante a campanha pela sua destituição, conclamou o povo a ir às ruas com roupas pretas para defendê-lo, e todos foram de verde-amarelo”. Como todo mundo sabe, ocorreu o contrário. Collor incitou a população a se vestir de verde-amarelo e o Brasil foi tomado por manifestantes de preto.
Publicado em: Governo