Só mesmo os patinhos acreditam nas ladainhas alardeadas por esses cupinchas de Flávio Dino, que ludibriaram a população com um Novo e uma Mudança que sequer tinha algo para controlar as canetas consumidas no gabinete do prefeito…
Vejam essa matéria abaixo:
NA SEMANA DO MEIO AMBIENTE SANTA INÊS É LIXO SÓ E NÃO TEM NADA A COMEMORAR
Por Mário Negramaro
Da Editoria de Cidades do AGORA
Na semana em que se comemora o Dia Mundial do Meio Ambiente, em Santa Inês emergem novas e graves denúncias contra o lixão criado pela prefeitura no Povoado Barradiço. As famílias que moram no local reclamam do mau cheiro e do não cumprimento da proposta de fazer do local um aterro sanitário, conforme a lei.
Um péssimo exemplo, o lixão implantado pela prefeitura no Povoado Barradiço causa transtornos a moradores e risco ao meio ambiente
Maria de Fátima Sousa Costa, de 57 anos, dona de um sítio no Povoado Barradiço há 24 anos viu o que antes era considerado um bom lugar para se viver, se transformar em um “pesadelo” onde se convive com urubus, contaminação da água de poços e riachos, doenças respiratórias e a infelicidade de ver a paisagem transformada em um amontoado de lixo sem fim que aumenta cada vez que um caminhão de coleta chega ao local.
“Aqui já foi bom, mas hoje não tem nada de bom. Dos lugares que eu já morei eu sempre disse que esse era o melhor para criar os filhos, pois eu tinha isso aqui como um lugar saudável. Eu sempre pensava de terminar os meus dias nesse sítiozinho”, conta Maria de Fátima.
Na chácara com cerca de 1,5 hectare, moram Maria de Fátima, o marido e mais 4 pessoas, em uma casa de barro, coberta de palha. Apesar da simplicidade da moradia, os moradores nunca desejaram deixar o local, até a chegada do lixão.
“Quando viemos morar aqui, tínhamos orgulho de dizer que era tranqüilo, perto da cidade, podíamos plantar, pescar, era uma vida que todo mundo queria ter, as vezes vinha gente e colocava preço dizendo que queria comprar, mas meu marido nunca quis vender”, relata a moradora.
Conforme contam os moradores, em 2013, quando o prefeito Ribamar Alves esteve no local com uma equipe estudando a possibilidade de criar, segundo a proposta original, um aterro sanitário, foi prometido que todas as precauções para que o meio ambiente não fosse atingido seriam tomadas, no entanto, menos de um ano depois dessa medida, vários danos e potenciais desastres ao meio ambiente já foram contabilizados.
MEIO AMBIENTE EM PERIGO
Antes de se chegar ao lixão municipal, a menos de 1 km, à beira da estrada uma grande montanha de lixo apodrece a céu aberto. O quadro inaceitável piora se for considerado que o local é o mesmo por onde passa um riacho. Agora de águas poluídas e tomado por sacos de lixo.
O que antes era considerado um manancial que servia para o lazer, abastecimento e alimentação dos moradores do povoado, se transformou em uma lagoa de dejetos impróprios ao ser humano e à natureza. “Esse riacho antes era onde a gente pescava e os meninos costumavam banhar, mas agora, nem peixe nem nada, ninguém é louco de beber aquela água”, relata com tristeza.
É também com tristeza que Maria de Fátima conta da impossibilidade de poder utilizar a água do poço de sua propriedade. “Nós tínhamos esse poço a mais ou menos 3 anos, e ele sempre deu água boa, isso sim parecia água mineral, mas depois que colocaram esse lixão aqui, a água veio azeda e com um cheiro estranho. Paramos de beber e estamos utilizando água do vizinho”.
Assim como a família de Maria de Fátima, outras famílias também tiveram seus poços afetados, provavelmente pelo chorume, o líquido gerado a partir do processo de putrefação das matérias orgânicas encontradas no local, pondo em risco tanto os seres humanos, quanto os animais domésticos criados nos sítios e fazendas no entorno dos 8 hectares que acomodam o lixão.
LIXÕES IRREGULARES EM VÁRIOS LOCAIS
Na estrada que liga o lixão à vicinal que dá acesso à sede do município, são vários os pontos em que são encontrados lixões irregulares. A maioria deles criados no período chuvoso quando a estrada não suportava a passagem dos veículos de coleta. No entanto, esse panorama é encontrado em todo o município. O caos do sistema de recolhimento de lixo em Santa Inês se ameniza no Centro, mas sufoca os bairros mais afastados e entra em colapso quando o fator é o local para o acondicionamento dos dejetos.
A situação anteriormente já denunciada pelo AGORA, da criação de lixões irregulares à margem da vicinal de acesso ao Povoado Barradiço deixou de ser um fato pontual, necessário e temporário, adotado pelo Departamento de Limpeza Pública – DLP, para uma escrachada demonstração de desrespeito ao meio ambiente e às leis.
Quase um mês após a denúncia do lixão irregular nas proximidades da estrada de ferro Carajás, a quantidade de lixo triplicou no local que recebeu e, segundo moradores ainda recebe uma grande quantidade de lixo recolhido pelos caminhões da empresa Plamax, que para justificar a criação dos lixões irregulares, diz que segue as orientações do Departamento de Limpeza Pública.
Nossa equipe flagrou o momento em que a montanha de lixo e fedor, depositada pela prefeitura, queimava à beira da estrada, na quinta-feira, com a via completamente tomada por uma fumaça densa e escura que limitava a visibilidade de motoristas e aumentava o riscos de acidentes.
Em todo o município, vários pontos são adotados como lixões improvisados. Os principais são nos arredores do Ginásio João Cambinha, Estádio Binezão, Bairro Coheb, Proximidades da rotatória – BR 316. Parte deles pela própria população, cansada de esperar pela coleta, parte criado pelo próprio DLP.
Após 16 anos de atividade na Vila Adelaide Cabral, o Lixão Municipal teve suas atividades encerradas em setembro de 2013 com a promessa de que seria criado um aterro sanitário que seguisse as normas de saúde e preservação do meio ambiente. Todas as 300 mil toneladas de lixo acumuladas no local foram enterradas e a promessa seguinte foi que o local seria transformado em um parque urbano.
No entanto, 9 meses após o encerramento dos trabalhos, o antigo lixão passou a ser ponto de encontro de bandidos e venda de drogas. Nenhum parque ou qualquer outra atividade foi realizada no local que teve suas atividades direcionadas para outro setor seguindo o pedido de uma grande rede de supermercados que inaugurou sua loja nas proximidades.
Escolhido o Povoado Barradiço, também não houve por parte da prefeitura, o cumprimento das exigências ambientais para a instalação de um aterro. Segundo o que estabelece a Lei de número 12.305/10, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e que começa a valer a partir deste ano.
Publicado em: Governo