Ela disse que PF tem ‘autonomia para investigar’, mas sem ‘ato incorreto’. Equipe de candidato ao governo do Maranhão foi abordada em aeroporto.
Fernanda Calgaro Do G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (26) que “faz questão” que seja investigada a ação da Polícia Federal que fez buscas na aeronave usada por Edison Lobão Filho, filho do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e candidato ao governo do Maranhão pelo PMDB.
Na noite de quarta-feira (24), a equipe de Lobão Filho foi abordada pela PF no aeroporto de Imperatriz (MA). Os agentes revistaram a aeronave, malas e carros dos assessores, do candidato e do ex-ministro Gastão Vieira, que disputa o Senado. O episódio gerou forte reação por parte do PMDB. O presidente do partido e vice-presidente da República, Michel Temer, acusou a PF de intimidação.
“Faço absoluta questão dessa investigação”, disse a presidente em entrevista coletiva no Palácio da Alvorada. “Nós tomamos as providências para investigar essa situação porque uma das coisas que a gente tem que ter garantida durante processos eleitorais é que órgãos governamentais não sejam usados em função de um ou de outro candidato”, completou.
Segundo ela, a pessoa que fez a denúncia, ensejando a abordagem da PF à comitiva do candidato, também será investigada. “Até o denunciador anônimo vai ser investigado. (…) É necessário saber quem denunciou, a quem interessava, se os processos foram seguidos na legalidade”, afirmou.
Segundo Dilma, a Polícia Federal tem “autonomia para investigar”, mas não “para cometer nenhum ato incorreto”. “Esse é um país (…) que não admite o uso de polícia nem de ninguém para obstruir processos eleitorais”, destacou. A petista afirmou ainda que iria esperar o desenrolar das investigações antes de tomar uma posição.
Nesta sexta, a PF informou que será instaurada uma sindicância interna para apurar eventuais irregularidades na revista realizada no avião de Lobão Filho. A sindicância é uma determinação do diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, que, por sua vez, recebeu do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, pedido de “apuração rigorosa”.
Publicado em: Governo