Lorraine, então, prometeram três cursos de medicina para Imperatriz? Mas será que algum valeria à pena?

Publicado em   04/jan/2015
por  Caio Hostilio

Diante desse comentário abaixo, segue as minhas considerações sobre o assunto, não só no que tange a graduação em medicina, mas em todas as graduações nas mais diversas áreas sociais, humanas, exatas, biológicas etc., principalmente pelo afastamento das universidades, tanto públicas quanto privadas, da indissociabilidade em ensino, pesquisa e extensão, deixando, com isso, o corpo discente a mercê apenas do ensino aleatório e, principalmente, na busca obsessiva do lucro fácil.

CURSO DE MEDICINALorraine, eu pensando em chamar a atenção para o ensino superior de qualidade, em 13 de junho de 2013 escrevi: “Aos acadêmicos de medicina da UFMA”, onde disse:

O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de escolas médicas. Só perde para a Índia. Em relação à população, ganha de todos – a Índia tem 1,2 bilhão de habitantes e 272 escolas, o Brasil tem 190 milhões de pessoas e 175 faculdades de Medicina. A China conta com 150 escolas e 1,35 bilhão de habitantes. Estamos na frente até mesmo dos EUA, que têm 130 faculdades de Medicina para cerca de 300 milhões de pessoas. Na fila do Ministério da Educação (MEC), estão outras 50 escolas aguardando sinal verde para funcionar.

O que poderia ser motivo de orgulho nacional virou vergonha e preocupação, além de sério risco para a saúde das pessoas. No último exame feito pelo Conselho Regional de Medicina paulista (Cremesp) para os graduandos paulistas, 55,94% não passaram pelos critérios mínimos para o exercício da profissão. Parte dos que se recusaram a fazer o exame certamente teria um desempenho pior. E se a prova fosse estendida a todo o Brasil, os resultados seriam com certeza ainda mais desastrosos.

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Também escrevi, no 07 de junho de 2011 “Afinal, que tipo de médico a UFMA está formando?”, onde disse:

O reitor da Universidade Federal do Maranhão, Natalino Salgado, é médico e o curso de medicina é o que mais sofre com variações em seu currículo que se distanciam da verdadeira vocação para a medicina, que tem como princípio básico salvar vidas.

Num bate-papo com um médico amigo meu, ele disse-me que realmente o hospital Dutra poderia está fazendo parte de um convênio com a Prefeitura, usando a autonomia universitária.

Confirmou que o hospital escola é de alta complexidade apenas para as cirurgias que geram muito recursos para os cirurgiões, mas que saem da universidade sem saber diagnosticar e realizar cirurgias de média complexidade, como a de apêndice. Ou seja, a UFMA não está formando médicos para o povo e sim para o comércio médico em cirurgias rentáveis.

Aí está os fatores para os erros médicos e de diagnósticos que vemos hoje. São nesses cursos visando o lucro apenas que vem contribuindo para a geração do erro, aumentando sua incidência ou agravando sua expressão.

A formação médica está completamente deficiente em nível de graduação, que dispensa comentários. Que a população reze muito para que os verdadeiros médicos, graduados nos anos 60, 70 e 80 continuem a trabalhar, caso contrário um “médico” dessa geração do lucro pode pedir uma cirurgia de neurologia ou estética para um apêndice perfurado.

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E ainda escrevi “Para reflexão dos alunos do péssimo curso de medicina da UFMA!!!”, onde disse:

O curso de medicina da UFMA não aparece entre os 55 indicados no Brasil, conforme texto postado nesse blog.

Não poderia deixar de fazer esse post, haja vista que o artigo que fiz “Afinal que tipo de médico a UFMA está formando?”, gerou um alvoroço tremendo entre os estudantes de medicina, cujo resultado foi mais de 170 comentários, alguns muito agressivos, chegando até a me chamarem de drogado e outras coisas.

Contudo, não pararam para analisar friamente que o curso de medicina da UFMA está longe de se uma referência para o Brasil, principalmente por não cumprir em sua essência a indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão, além do corpo docente não ter, em sua maioria, preparo didático para transmitir seus conhecimentos.

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Portanto, Lorriane, eu não sei se vale tanto a pena ter um curso apenas por ter ou quiçá um título sem que eu possa me orgulhar do seu real sentimento!!!

  Publicado em: Governo

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