Jornal do Brasil
A empreiteira OAS informou neste sábado (3), através de nota, que vai utilizar um “expressivo” plano de redução de despesas e deve vender ativos para equilibrar as contas. “Em função das dificuldades de acesso a mercado de crédito, está em discussões com alguns de seus principais credores de forma a possibilitar uma reestruturação financeira organizada”, diz a nota.
No dia 12 de novembro do ano passado, o Jornal do Brasil já tinha antecipado a crise financeira das empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato. Com a manchete: “Acabou a farra!”, o JB informava que as grandes construtoras do país estariam colocando suas aeronaves à venda por conta das dificuldades financeiras
Já no dia 19 de dezembro, o Jornal do Brasil publicava um editorial sobre a situação dessas empresas, mostrando que, “no jogo entre empreiteiras e dinheiro público, quem perde é o povo”.
Neste sábado, o jornalista Lauro Jardim publicou na coluna “Radar”, na revista Veja, que “a OAS está de pernas para o ar, como consequência, claro, da Lava-Jato”. Segundo ele, o controlador Cesar Mata Pires contratou a G5/Evercore, empresa de investimentos e reestruturações, para vender os negócios do grupo. A ordem de Mata Pires é se desfazer de tudo, exceto a própria construtora, origem de tudo. Há duas semanas, praticamente todos os executivos das empresas OAS foram demitidos, menos da construtora.
Na sexta-feira (2), a agência de classificação de risco Fitch cortou a nota de crédito da OAS para “C”, após a empresa deixar de pagar juros de uma emissão de dívida de US$ 400 milhões com vencimento em 2021. O valor a ser pago era de US$ 16 milhões. Os ratings da OAS estavam em observação negativa desde 19 de novembro, refletindo temores da Fitch com o impacto da operação Lava Jato.
Segundo a Fitch, a OAS informou ter recursos de R$ 1 bilhão no fim de dezembro. No final de setembro, a OAS tinha dívida de R$ 7,7 bilhões e R$ 1,4 bilhão em recursos e títulos negociáveis.
Publicado em: Governo