Partindo das anotações de Gramsci: “Intelectual Tradicional X Intelectual Orgânico”, devemos concordar piamente com o ex-ministro Gastão Vieira nesses dois questionados e respostas abaixo.

Já era visível o surgimento de novas lideranças no Maranhão, assunto esse que escrevi por diversas vezes aqui nesse espaço. Não conseguia enxergar o aparecimento de lideres que pudessem trazer de fato algo de novo no cenário político que pudesse transcender as lideranças tradicionais do Maranhão, tanto na situação quanto na oposição.

Na oposição tradicional do estado não apareceram nomes que pudessem transcender aos nomes de Neiva Moreira, Jackson Lago e Cafeteira.

Na situação tradicional do estado aconteceu o mesmo, visto que não apareceram nomes para transcender aos nomes de José Sarney, Roseana Sarney, Edison Lobão, Luiz Rocha, Castelo, Alexandre Costa…

Nesse vácuo deixado, Flávio Dino soube aproveitar o bonde da história, isso com total ajuda de José Reinaldo, que já previu antecipadamente a falta de novas lideranças.

Deu certo, porém com a ajuda de muitos políticos tradicionais, isso por falta de políticos orgânicos, ou seja, novas lideranças!!!

O governo José Sarney, em 1965, foi idealizador e inovador, por possuir um quadro de técnicos orgânicos e não tradicionais… Eis a mágica!!! Quem naquela época poderia prevê um Porto do Itaqui como um ápice para a “Logística” visando o mercando internacional? Com certeza a equipe de José Sarney vislumbrou!!!

Diante dos fatos, é necessário que os que pretendem vislumbrar o surgimento de novas lideranças e, principalmente, que possam de fato fazer uma oposição salutar ao governo, não só com críticas e questionamentos infundados, mas com sugestões, precisam realmente deixar os partidos tradicionais e buscarem novos caminhos, que de fato tragam ressonância democrática e republicana.

As perguntas e respostas de Gastão Vieira:

O PMDB passa por um desgaste interno e busca um novo líder. Como o senhor vê essa questão da disputa interna no partido?

Nesse momento não tem mais grupo. Podemos avaliar somente o passado, sem condições de pensar no futuro. Não existe nenhuma liderança com perfil de aglutinar as tendências diversas que ficaram com essa derrota. A vitória de Flávio Dino é inquestionável, pelo número de votos, pela maneira como empolgou a população e também nesse momento o Maranhão quer se conciliar com a sua autoestima. Eu duvido muito que vamos ter condições de fazer um enfrentamento na Assembleia. Em nome de quem e por quem? Cada um de nós vai buscar o seu caminho, se vamos nos juntar mais na frente é uma outra questão. Há um imenso vazio e não vejo nenhuma perspectiva desse grupo de se erguer.

O senhor pretende continuar no PMDB?

Eu não sei, pela primeira vez eu vou confessar publicamente. Eu, uma vez brincando, disse ao CQC que o PMDB era um partido que todo mundo mandava, ninguém obedecia e cada um fazia o que queria. O PMDB no Maranhão, por ter tanto cacique, se inviabiliza em construir um caminho para o futuro. Penso em sair do partido e buscar outro partido, onde a gente saiba exatamente quem manda e quem obedece.

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