JB
Anfitrião de café da manhã que reuniu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e líderes do PMDB, nesta quinta-feira (26), o presidente do Senado, Renan Calheiros disse que Lula concordou com um maior protagonismo de seu partido nas decisões políticas do governo e até sugeriu que o vice-presidente da República, Michel Temer, seja o interlocutor do PMDB no governo.
“O ex-presidente Lula lembrou que quando foi presidente envolvia o vice-presidente José Alencar em todas as decisões e acha que o mesmo deve ocorrer agora. É preciso que o governo envolva o vice-presidente Michel Temer em todas as decisões porque ninguém melhor que o Michel interpreta o sentimento do partido como um todo”, disse Renan Calheiros.
Uma maior participação do PMDB na definição das políticas públicas e na definição dos rumos do país é uma reivindicação do partido. Renan tem insistido nesse ponto e ressaltado que o papel da legenda é o de colaborar com o Executivo. Do contrário, a coalizão se torna “capenga”, na avaliação do senador.
“Porque coalizão capenga não é coalizão é colisão. E isso não pode continuar a acontecer”, reiterou.
“Eu acho que ele [Lula] concorda que deva haver um ajuste mais amplo. O PMDB está muito unido nessa possibilidade de termos um ajuste com começo, meio e fim, para que todos saibam que o ajuste não ficará apenas naquelas medidas contidas nas medidas provisórias, que transferem uma parte do problema para parcela mais pobre da população”, avaliou.
De acordo com Renan, Lula se mostrou otimista com a situação econômica do país e prosseguirá dialogando com setores da sociedade para garantir a retomada do crescimento.
“Ele vai conversar com a sociedade. Está fazendo isso. Reuniu o PT ontem à noite. Ele fez esta reunião com setores da bancada do PMDB e com outros partidos também. Quer continuar conversando. E eu entendo, como o país entende, que o papel dele é fundamental, é insubstituível. Dele e dos outros ex-presidentes da República também”, afirmou Renan Calheiros, que esteve acompanhado do ex-presidente José Sarney na reunião com Lula.
“Eu falei: o senhor sempre foi o garantidor dessa relação PMDB/PT dentro do seu governo. Nós somos os garantidores do governo e o senhor é o garantidor dessa relação nossa com o governo”, relatou Eunício.
Na visão do senador pelo Ceará, Lula está otimista, como sempre, e exercendo seu papel de “incentivador e um porto seguro do ponto de vista da conversa política”, mas entende que o Brasil não pode perder o patamar de crescimento que criou em relação ao mundo, inclusive no que se refere ao “quase pleno emprego”.
O líder do PMDB disse que durante o encontro não se falou das medidas provisórias que compõem o chamado pacote de ajuste fiscal. O objetivo foi mesmo “um reordenamento político em relação à chamada coalizão”.
Participaram também do encontro com Lula os senadores Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Edison Lobão (PMDB-MA), Roberto Requião (PMDB-PR). Embora integrante do PR, esteve no café da manhã o senador Blairo Maggi (MT). Acompanhando o ex-presidente, estiveram os diretores do Instituto Lula, Paulo Okamotto e Luiz Dulci.
Publicado em: Governo