Criada em abril deste ano, uma empresa do advogado Tiago Cedraz, filho do presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), Aroldo Cedraz, está perto de controlar todos os teleféricos em favelas do Rio. O sistema se tornou símbolo das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) na cidade.
Três empresas do advogado estão envolvidas com a construtora e operação de teleféricos na cidade. Um contrato foi obtido sem licitação junto a consórcio formado por empresas envolvidas na Operação Lava Jato.
Tiago Cedraz passou a ser alvo de um inquérito da Polícia Federal após ter seu nome citado pelo empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, em acordo de delação premiada. Ele disse ter pago R$ 50 mil mensais ao advogado para receber informações do TCU.
A construção dos dois teleféricos contou com verba federal, do PAC. O TCU o responsável por monitorar a aplicação dos recursos da União em convênios com Estados e municípios.
Em junho, a empresa Providência Teleféricos foi escolhida, sem licitação, para operar as gôndolas em favela de mesmo nome no centro. Ela foi subcontratada pela concessionária Porto Novo (Odebrecht, Carioca e OAS), responsável pelas obras e serviços da revitalização da zona portuária do Rio.
A empresa austraca foi subcontratada pelo consórcio Rio Faz, também formado por Odebrecht, Carioca e OAS —todas alvo da Lava Jato—, para construir as estações, fornecer as gôndolas e instalar todo o sistema de cabos que complementam o teleférico. O serviço custou prefeitura R$ 82 milhões, parte financiada com verba do PAC.
No mês passado, a Providência Teleféricos foi declarada vencedora da concorrência para administrar o teleférico do Complexo do Alemão (zona norte). Vai receber R$ 2,7 milhões por mês.
Publicado em: Governo