Que tipo de médico estão formando no Brasil? ‘Negligência’, diz mãe de garoto com bala alojada no lábio por 12 h

Publicado em   04/jan/2016
por  Caio Hostilio

menino

G1

Um garoto passou as 12 primeiras horas de 2016 com uma bala alojada nos lábios, até a família descobrir que ele tinha sido atingido por um tiro. A família diz que o primeiro médico atribuiu o ferimento a um caco de vidro e liberou o menino sem qualquer exame. O motivo real do sangramento e das dores só foi identificado em outro hospital.

“Ele [o médico] disse que não tinha necessidade de pedir raio-x, porque os cacos não iriam aparecer na imagem. Ficamos a madrugada toda procurando o vidro no portão. Ele não pediu receita nem atestado”, afirmou a mãe do garoto, Naiane Araújo.

Michael de Sousa Araújo, de 11 anos, estava comemorando o réveillon na frente da casa de uma tia, em Samambaia, quando começou a sangrar durante a queima de fogos. Com ferimentos no supercílio, ele foi levado ao Hospital Regional de Taguatinga e liberado logo em seguida. A direção do hospital investiga o caso.

“Ele estava gritando com a mão no rosto. Quando eu olhei para ele, achei que poderia ter batido na parede porque era toda chapiscada”, afirmou o pai do garoto, Cleber Ferreira de Araújo.

No hospital de Taguatinga, o médico teria dito que os ferimentos foram causados por um caco de vidro. Segundo a família, a unidade estava vazia no momento.

“Ele não pediu o raio-x para ver se tinha alguma coisa. Deu os pontos e mandou para casa”, afirmou a avó do menino, Maria de Fátima de Araújo.

A família diz que houve negligência e que pretende entrar com uma ação contra o GDF. Em nota enviada à TV Globo, a direção do hospital de Taguatinga disse que vai apurar com a equipe de plantão o porquê de não ter dado o diagnóstico correto.

Apesar do atendimento, o inchaço aumentou e o pai resolveu procurar outro especialista, no hospital de Sobradinho, por volta das 13h do mesmo dia. Após duas radiografias, foi descoberto que Michael tinha uma bala de pistola .380 alojada no rosto. “Eu fiquei sem chão”, conta o pai.

Até esta segunda-feira (4), o rosto e o lábio de Michael continuavam inchados. “Eu poderia ter morrido”, diz o jovem. “A gente vai fazer dois aniversários para o Michael: um em setembro e um em janeiro porque ele nasceu de novo”, afirma a avó.

  Publicado em: Governo

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