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A jovem vítima de estupro coletivo na última semana em uma comunidade na Praça Seca, na Zona Oeste do Rio, usou as redes sociais para se defender de ataques neste sábado. A menor de 16 anos confirmou que bebia, fumava e costumava frequentar favelas. Ela ainda criticou a posição contrária de algumas mulheres.
“Obrigada pelo apoio de todos. Nada justifica o que aconteceu. Sempre saí, todos sabem. Bebia, fumava e, sim, andava em favelas. Mas não é por esse motivo que justifica isso. O que mais doi é saber que mulheres estão falando coisas contra. Cuidado que isso pode acontecer com qualquer uma!”
Por outro lado, a advogada Eloisa Samy Santiago, que defende a jovem, vai pedir o afastamento do delegado Alessandro Thirs, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). Segundo a advogada, ele estaria criminalizando e culpabilizando a vítima. O delegado rebateu as críticas e disse que Eloisa Samy está “querendo bagunçar a investigação”. Em nota, a Polícia Civil disse que a “investigação é conduzida de forma técnica e imparcial, na busca da verdade dos fatos, para reunir provas do crime e identificar os agressores, os culpados pelo crime.”
— Vou pedir o afastamento do delegado porque considero que a linha de interrogatório usada foi para criminalizar e culpabilizar a vítima. Ele (Alessandro Thiers) perguntou se ela (a jovem) já tinha participado de sexo em grupo. Constrangida, a menina me perguntou: ‘preciso responder isso?’. Disse que não e o delegado continuou insistindo com esse tipo de pergunta. Depois disso, encerrei o depoimento. A menina chorou muito em vários momentos. Eu tive que interromper para que ela pudesse se recompor — disse Eloisa Samy.
Publicado em: Governo