Como o discurso anticorrupção é antigo no Brasil, ainda mais por aqueles que se dizem éticos e moralistas, quando na verdade não passam de falsos moralistas, pois seus atos de corrupção são camuflados nos atos mais sombrios…
De repente delator se torna moralista, mesmo sendo o pior entre todos os ladrões do dinheiro público… Quase todos os delatores da Lava Jato já estão soltos e sequer devolveram a metade do dinheiro que surrupiaram dos cofres públicos… Quanta hipocrisia!!!
Na verdade, tanto no Império quanto na República, o discurso anticorrupção é velho na vida política brasileira. Nos dois períodos democráticos, presidentes foram eleitos com vibrantes discursos anticorrupção, do “varre, varre vassourinha” até a “caça aos marajás”.
Por isso, Maquiavel foi notável quando afirmara que o Estado é o lugar por excelência da corrupção, cabendo à sociedade a nobreza da virtude cívica.
No Brasil de hoje, a segunda lógica acrescenta ainda o mercado ao campo da honestidade, da lisura e da ética, isso alardeado pelos falsos moralistas.
Vale ressaltar que corrupção não se configura apenas nos casos de grandes desvios de dinheiro do erário como nos vários mensalões e obras públicas superfaturadas. A corrupção é praticada também nos pequenos atos. Como o “cafezinho” para o policial para aliviar na multa; propina para acelerar processos em cartórios e repartições públicas, etc.
O nosso famoso “jeitinho” normalmente são pequenos atos de corrupção — não menos corrupção por serem pequenos. A coisa está na nossa gênese: em sua carta, Pero Vaz de Caminha já pedia cargos ao rei de Portugal. O empreguismo, o nepotismo, a sinecura são práticas corruptivas.
E o que falar da figura do Falso moralista? É o indivíduo, mais ou menos sombrio, que se entrega com gosto à tarefa de condenar tudo e todos para ressaltar uma pureza própria [inexistente] (Arteta, Tantos tontos tópicos, p. 17). Eles estão presentes em todas as partes…
Quanta hipocrisia!!!
Publicado em: Governo