Feira do Livro de São Luís traz programação especial no Dia Nacional da Consciência Negra

Publicado em   19/nov/2018
por  Caio Hostilio

O evento promovido pela Prefeitura no Multicenter Sebrae tem como uma das novidades a Feira SLZ Preta com discussões de temas de valorização da cultura negra; estandes de exposição e comercialização de produtos afro, além de palestras, mesas redondas e lançamentos

Feira SLZ Preta é um dos destaques da 12ª edição da Feira do Livro de São LuísNesta terça-feira (20) é celebrado em todo país o Dia Nacional da Consciência Negra, em referência à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. No Maranhão, será feriado em todo Estado pela primeira vez. A 12ª Feira do Livro de São Luís, maior evento literário maranhense, promovido pela Prefeitura de São Luís, implementou em sua programação uma série de atividades para colocar a cultura negra em foco e abriu espaço para a I Feira SLZ Preta, que além dos estandes de exposição e comercialização de produtos afro, traz discussões pertinentes e de valorização desta cultura. A FeliS, organizada pela gestão do prefeito Edivaldo, ocorre no Multicenter Sebrae até o dia 25 de novembro, com programação gratuita das 10h às 22h.

A Feira SLZ Preta do Estado do Maranhão (FSP) surge da necessidade de apresentar para a sociedade ludovicense a cadeia produtiva de diversificados produtos afro-brasileiros confeccionados por artesãos, pintores, escritores, trancistas, cabeleireiros afros, artistas, designers de moda étnica, entre outros produtores. O evento está acontecendo dentro da 12ª Feira do Livro de São Luis e é uma vitrine para investidores, empresários e consumidores maranhenses, além de ser um espaço para a promoção da economia solidária e criativa, contando com produtos de alta qualidade. É também um espaço para shows, atividades educacionais, intervenções artísticas, elaboração de oficinas e muito mais.

“A Prefeitura coloca no centro essa discussão tão rica e tão importante dentro da 12ª FeliS. Mais de 80% da população do Maranhão é negra e nada mais justo do que enfatizarmos esta nossa cultura, nossas raízes, nosso povo. Somos conhecidos mundialmente pela nossa cultura popular, que nasce na cultura negra e é feita por nós, que somos negros”, ressaltou o secretário municipal de Cultura, Marlon Botão.

Outro ponto bastante relevante da FSP, serão as palestras e mesas redondas promovidas por escritores locais e de renome nacional. Esta 1º edição conta com a participação do escritor Luciano Góes, vencedor do Prêmio Jabuti de obra jurídica 2017; dra. Vanda Machado; pós doutora Rosane Borges; professora Aurea Borges, presidenta do Conselho das Populações Afrodescendentes (Comafro); Gabriel Furtado, subdefensor geral da Defensoria Pública do Estado do Maranhão; Isabella Miranda, diretora da Escola Superior da Defensoria Pública; Eduardo Ribeiro, pesquisador e militante negro de Salvador (BA); Bruna Candido, advogada e membro a Associação de Advocacia Negra do Brasil (São Paulo).

Bruna Candido é advogada e membro a Associação de Advocacia Negra do Brasil e participa da Feira SLZ Preta

Nesta perspectiva, a Feira SLZ Preta se consolida como um evento de negócios, cultural e pedagógico. O público tem a oportunidade de consumir produtos, absorver conhecimento e conhecer mais sobre o empreendedorismo étnico-racial. O conjunto de instituições que está organizando este evento é Centro de Tambores de Mina Ilê Ashé Ogum Sogbô, Secretaria Municipal de Cultura (Secult), Fundação Cultural Palmares, Sebrae, Conselho das Populações Afrodescendentes, Cooperativa das Mulheres Trabalhadoras da Bacia do Bacanga, Bloco Afro Abyeyê Maylô e Instituto Ylúguerê de Educação, Política e Cultura Afro-Brasileira e muitos outros parceiros.

“Historicamente os pretos se aquilombam nos tempos mais difíceis, para serem resistência, unir forças e superar uma série de dificuldades. Estamos na Década da Afrodescendência, o que representa muito para os negros. O Brasil tem por obrigação se reconhecer como um país racista. Paralelo a isso, temos duas grandes vitórias, uma lei sancionada que determina o feriado no Maranhão e no mesmo ano ser inseridos em uma Feira do Livro de grande repercussão e que garante nossa visibilidade e levanta discussões da cultura afro, como a produção literária que ainda é escassa”, contou Ana Rosa Silva, Coordenadora Geral da Feira SLZ Preta.

PROGRAMAÇÃO ESPECIAL

Uma vasta programação em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra acontecerá na 12ª FeliS nesta terça-feira (20). Na Casa do Escritor acontece das 10h às 12h, a Feira SLZ Preta com a palestra ‘A oralidade como um instrumento de letramento na comunidade quilombola’, com os palestrantes Kelly Araújo, graduada em Licenciatura em Ciências Humanas – Geografia pela UFMA (campus Grajaú), educadora popular e quilombola da comunidade Santo Antônio dos Pretos, em Grajaú.

No Café Literário, às 17h30 acontece o bate-papo ‘Dia 20 consciência negra e igualdade racial’, com a escritora convidada Lourdes Siqueira e os debatedores Francilene Cardoso (professora, bibliotecária, doutora em Serviço Social, Coordenadora do grupo de estudos sobre feminismo negro Marielle Franco) e Aurea Borges (professora, pedagoga e presidente do Conselho Municipal das Populações Afrodescendentes do MA).

No Espaço Juventude às 10h tem a esquete teatral “Conhecer o texto histórico em que o Maranhão foi criado e as influências das demais culturas”, com a participação da escola Barjonas Lobão. Às 19h acontece a roda de conversa sobre ativismo negro com lançamento de livro e pocket show, com o convidado nacional Gaspar Z’Àfrica Brasil (SP), e mediação de Preto Nando.

Já no Espaço Mulher, às 15h, tem a roda de conversa ‘A Jovem Negra no Espaço de Poder’, com mediação de Cláudia Gouveia – Secretaria de Estado da Mulher (Semu). Às 19h tem o lançamento do livro ‘130 anos de (des)ilusão: A farsa abolicionista em perspectiva desde olhares marginalizados”, de Luciano Góes (Vencedor do Prémio Jabuti, Mestre em Direito).

  Publicado em: Governo

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