A polícia pediu às pessoas para não compartilharem as imagens, nas quais o agressor pode ser visto disparando à queima-roupa
Agência France-Presse
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A polícia pediu às pessoas para não compartilharem as imagens, nas quais o agressor pode ser visto disparando à queima-roupa. “A polícia está ciente de imagens extremamente dolorosas do incidente de Christchurch circulando na internet”, afirmou a polícia local no Twitter.
“Recomendamos o não compartilhamento do link. Estamos trabalhando para que essas imagens sejam removidas”, acrescentou. A AFP analisou uma cópia do vídeo postado no Facebook Live que mostra um homem branco de cabelos curtos dirigindo-se à mesquita Masjid al Noor em Christchurch.
Manifesto
Intitulado “A Grande Substituição”, o documento de 73 páginas declara que o atirador tinha a intenção de atacar muçulmanos. O título parece ser uma referência a uma tese do escritor francês Renaud Camus sobre o desaparecimento de “povos europeus”, “substituídos”, segundo ele, por populações de imigrantes não europeus, que está crescendo em popularidade nos círculos de extrema direita.
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O primeiro-ministro australiano Scott Morrison confirmou que o atirador da mesquita Masjid al Noor era australiano. As autoridades da Nova Zelândia anunciaram três prisões, acrescentando ter indiciado um homem por homicídio.
No vídeo da transmissão ao vivo, o atirador está em um carro, enquanto a voz de um sistema de navegação por satélite pode ser ouvida em segundo plano e a AFP traçou sua rota fazendo uma verificação cruzada no Google StreetView.
Palavras inscritas nas armas do atirador que aparecem no vídeo também correspondem a imagens postadas na conta do Twitter que publicou o manifesto. Este foi o último tuíte publicado por esta conta antes de sua suspensão.
As fotos das armas com suas inscrições específicas foram publicadas em 13 de março nesta conta do Twitter. Também constam, em inglês e em várias línguas do leste europeu, nomes de personagens da história militar, incluindo muitos europeus que combateram as forças otomanas nos séculos XV e XVI.
A AFP recuperou o vídeo antes que a conta do Facebook fosse desativada logo após os ataques, e fez capturas de tela da conta no Twitter antes de ser suspensa. A AFP não publicará nenhuma imagem. Um porta-voz do ministério do Interior da Nova Zelândia alertou que é provável que o vídeo seja repreensível sob a lei do país e que o compartilhamento seja ilegal.
“O conteúdo do vídeo é perturbador e terá efeitos prejudiciais sobre as pessoas”, alertou. “É uma verdadeira tragédia com vítimas reais e encorajamos as pessoas a não assistirem ou compartilharem o vídeo”.
Publicado em: Política