Os quatro suspeitos detidos integram a Brigada de Incêndio de Alter do Chão, organização não governamental (ONG) que atua no combate a queimadas na APA.
Uma das hipóteses sob investigação é que os suspeitos causavam os incêndios para, depois, serem convocados para apagar as chamas e receber algo em troca.
A reportagem ligou para os telefones indicados no site do grupo, mas não foi atendida.
Em uma página nas redes sociais, a ONG afirma que trabalha voluntariamente para proteger a floresta e os moradores de Alter do Chão e região, atuando de forma independente.
Além dos quatro mandados judiciais de prisão preventiva, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e comerciais ligados aos investigados.
Comandada pela Delegacia Especializada em Conflitos Agrários de Santarém (Deca) e pelo Núcleo de Apoio à Investigação (NAI), a operação batizada de Fogo do Sairé é resultado de dois meses de investigação sobre as causas dos incêndios de grandes proporções que atingiram a região em setembro.
No dia 18 de setembro, a secretária de Meio Ambiente de Santarém, Vânia Portela, revelou à Agência Brasil que as autoridades suspeitavam de que os incêndios iniciados naquela semana eram criminosos e tinham o propósito de liberar pedaços de terra às margens do Rio Tapajós para a exploração turística. Pouco antes, o Ministério Público (MP) do Estado do Pará tinha informado que vestígios de fogueira e latas queimadas tinham sido encontrados na terra incendiada, evidenciando a provável ação intencional (dolosa) dos responsáveis.
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