Os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes e Roberto Barroso começaram uma discussão que terminou em bate-boca e troca de insultos na sessão desta 5ª feira (22.abr.2021).
A Corte julgou e formou maioria para manter a decisão que determinou a suspeição do ex-juiz Sergio Moro no processo contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva envolvendo o tríplex do Guarujá. O placar está 7 a 2 a favor do pedido do petista, e ainda faltam os votos dos ministros Marco Aurélio e Luiz Fux. A sessão foi encerrada com um pedido de vista (tempo para analisar o processo) de Marco Aurélio e não há data para ser retomada.
A discussão entre os ministros começou no final da sessão, e os magistrados continuavam batendo boca quando o presidente do STF, ministro Luiz Fux, encerrou o julgamento.
Leia o diálogo entre os ministros:
Barroso: O conflito não foi entre a Turma e o plenário. Foi entre o relator e a Turma.
Gilmar: Eu também quero aprender essa fórmula processual.
Barroso: A fórmula processual é: se os 2 órgãos têm o mesmo nível hierárquico, um não pode atropelar o outro.
Gilmar: Talvez isso exista…
Barroso: Eu estou comentando juridicamente, não precisa vir com grosseria..
Gilmar: Talvez isso exista no código do Russo. Aqui não. Nunca vi…
Barroso: Existe no código do bom senso, do respeito aos outros. Se um colega acha uma coisa, e o outro acha outra, é um terceiro que tem que decidir.
Gilmar: Acabei de provar que o órgão que tinha competência para isso era a Turma.
Barroso: O relator afetou ao pleno, é para o pleno. Vossa excelência sentou em cima da vista por 2 anos. E se acha no direito de depois ditar regra para os outros.
Gilmar: O moralismo é a pátria da imoralidade.
Barroso: Não tem nada de moralismo, é só respeitar as regras (…) manipulou a jurisdição (…) e acha que pode ditar regras para os outros (…) Está errado…
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