Agora, compare com essa declaração de Gilmar em fevereiro de 2021: ”Nós temos que encerrar essa preocupação midiática de julgar o Lula tendo em vista esse desiderato: fazê-lo inelegível. Eu sempre digo: Lula é digno de um julgamento justo”. O que aconteceu com o juiz do STF que descia a lenha no PT, chegando a dizer que roubaram tanto, que tinham dinheiro de corrupção para sustentar as campanhas até 2038? Será que, como diversas coisas que ocorrem em Brasília, aquilo tudo não passou de um teatro momentâneo, para cair nas graças do povo que lutava pelo impeachment da Dilma?
Gilmar está prestes a tomar mais uma decisão sobre o destino de Lula e de Moro. O juiz é relator dos demais pedidos de suspeição de Sérgio Moro na Lava Jato, em relação aos demais processos de Lula. As ações dizem respeito ao caso do sítio de Atibaia, e a transações de Odebrecht com o Instituto Lula. E a defesa do chefão petista está confiante de que Gilmar será favorável.
Durante o debate sobre a suspeição de Moro, Gilmar foi o ministro do STF mais veemente em sua oposição ao ex-juiz da Lava Jato, mais até que Lewandowski, o petista mais notório do Supremo, que tentou defender o PT mesmo na época do Mensalão, quando os demais juízes tinham uma grande disposição antipetista, incluindo Fux e o próprio Gilmar. Comparando o Supremo daquela época com o Supremo de hoje, é inevitável não pensarmos que tudo não passa de um teatro bem ensaiado.
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