O encontro entre os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi bem recebido por tucanos. Além de o PSDB ter divulgado uma nota com críticas ao “sinal trocado” dado por FHC, caciques tucanos avaliam que a associação entre os dois antigos adversários políticos enfraquece a tentativa de lançar uma candidatura de centro em 2022.
”O PSDB deve continuar a busca de uma candidatura ao centro, e há sinais claros de que além dos nomes colocados até aqui, o senador Tasso (Jereissati) começa a considerar realmente uma candidatura. Lula nunca foi, e não acredito que será uma opção para o PSDB”, afirmou ao Estadão Aécio Neves, deputado e ex-presidente do partido.
Um dos nomes cotados pelo PSDB como pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2022, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, também descarta uma aliança com o petista.
A reunião foi divulgada nas redes sociais do Lula e festejada nas redes sociais por deputados e senadores do PT. No entanto, a recepção tucana foi inversa.
O Estadão apurou que os grupos de WhatsApp do PSDB reagiram de forma fortemente contrária ao encontro. O timing também foi considerado inadequado. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) havia participado na quinta-feira, 20, de um encontro com mulheres do partido e demonstrou empolgação em ser candidato ao Planalto pela legenda.
O PSDB marcou para outubro deste ano um processo de prévias para definir a candidatura presidencial tucana. Além de Tasso e Leite, concorrem os governadores João Doria (SP) e o ex-prefeito de Manaus (AM) Arthur Virgílio.
A aproximação com o tucano faz parte da estratégia do ex-presidiário Lula de se apresentar como um pré-candidato moderado e atrair lideranças do centro político.
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