A doença diabetes mellitus tem como uma das principais consequências o fagimerado pé diabético que consiste na vasculopatia, ou seja, a perda progressiva da vascularização e da sensibilidade do membro inferior resultando em necrose dos pododáctilos (dedos), do pé e da perna levando muitas vezes a amputações dos membros.
O Socorrão I é praticamente único hospital “porta aberta” do estado, que recebe pacientes de todos os municípios do Maranhão onde os pacientes dão entrada muitas vezes no centro de saúde Paulo Ramos que pertence a rede municipal de saúde, onde são avaliados e triados no ambulatório da cirurgia vascular, sendo alguns internados na Santa Casa, onde existem algumas enfermarias são alugadas pela SEMUS, totalizando 95 leitos e onde outros pacientes mais graves são encaminhados diretamente para o Socorrão I para procedimentos cirúrgicos de urgência.
Ano passado foram realizadas 993 amputações de pacientes com o “pé diabético” sendo que segundo o CPD a taxa de ocupação foi de 57% dos pacientes oriundos do interior do estado.
Acredito que passou da hora do estado assumir de fato esses pacientes, investindo maciçamente na educação e na medicina preventiva para que haja controle dos níveis glicêmicos e metabólicos dos mesmos além de investimentos nas equipes multidisciplinares dos hospitais regionais, evitando assim o deslocamento para a capital e em último caso na medicina de alta complexidade com maior disponibilidade de angiografias e angioplastias para salvaguardar o membro e evitar assim sua amputação e todos os transtornos que surgirão para o paciente e seus familiares.
Precisamos da união de todas as esferas para evitar diminuir essa quantidade de mutilações silenciosas e diárias quais são acometidos tantos maranhenses, pois o pé diabético está cronicamente ceifando e mutilando não só os membros mas também vidas por anos a fio.
Dr Érico Cantanhede
Publicado em: Política