A Petrobras anunciou nessa quinta-feira (28) um corte de 3,88% no preço da gasolina, a segunda redução na gestão de Caio Paes de Andrade – que assumiu o comando da estatal no fim de junho. A redução para as distribuidoras vale a partir desta sexta-feira (29). Com dois reajustes em menos de dez dias, o preço do insumo nas refinarias da Petrobras já acumula queda de 8,6%, o que dá alívio à inflação e ajuda a reduzir a pressão do governo sobre os executivos da empresa.
De acordo com a estatal, o valor médio de venda da gasolina nas refinarias vai passar de R$ 3,86 para R$ 3,71 por litro, com um corte de R$ 0,15 por litro. Já a partir de 1º de agosto, os preços médios do querosene de aviação (QAV) serão reduzidos em 2,6%, da gasolina de aviação (GAV) em 5,7% e do asfalto em 4,5%. O preço do diesel se manteve inalterado, apesar dos apelos do presidente Jair Bolsonaro para que a empresa reduza também o combustível.
A Petrobras destaca que os ajustes de preços de QAV, GAV e asfalto são mensais, definidos por meio de fórmula contratual negociada com as distribuidoras. Segundo a empresa, os clientes já foram informados sobre os novos preços, mas as tabelas só serão divulgadas oficialmente no site da companhia na segunda-feira, 1º.
A estatal vende o QAV e a GAV produzidos em suas refinarias ou importados apenas para as distribuidoras, que transportam e comercializam os insumos para as empresas de transporte aéreo, outros consumidores finais em aeroportos ou revendedores.
Em nota, a Petrobras lembrou que o método de precificação destes busca o “equilíbrio com o mercado” e “acompanha as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo”, a fim de mitigar a volatilidade diária das cotações internacionais e do câmbio.
O novo anúncio ocorreu um dia depois de o conselho de administração da empresa ganhar mais poder para supervisionar a política de preços para os combustíveis. Apesar da medida, a Petrobras afirmou que a decisão final sobre novos reajustes permanece com a diretoria executiva.
Inflação
A redução de R$ 0,15 no preço da gasolina deve retirar 0,17 ponto porcentual do IPCA em agosto, calcula o economista da Garde Asset Luis Menon. Dessa forma, a projeção da Garde para a inflação no próximo mês mudou de um recuo de 0,04% para deflação de 0,21%. “Como hoje (ontem) é o último dia de coleta do IPCA de julho, o impacto não pega nesse mês, só começa em agosto”, diz o economista.
O economista avalia ainda que o corte de 3,88% no preço nas refinarias deve se traduzir em redução em torno de 2,6% no preço nas bombas.
Pedro Shinzato, da divisão de óleo e gás da consultoria StoneX, diz que no curto prazo, com a demanda global por gasolina em queda, as cotações do produto no exterior devem cair ainda mais, abrindo espaço para novas reduções de preços da Petrobras.
A partir de setembro, porém, com o início da temporada de furacões no Golfo do México, essa tendência pode ser revertida, com encarecimento da gasolina no exterior.
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