Há pouco mais de cinco anos, precisamente em 12 de julho de 2017, o então juiz federal Sergio Moro condenou o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Sete meses mais tarde, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Porto Alegre, aumentou, por unanimidade de seus três desembargadores, a pena para 12 anos e um mês.
Pelo contrário: não poderia nem votar. Ainda estaria na cela especial do último andar da sede da Polícia Federal em Curitiba.
É preciso lembrar que Lula não foi absolvido. Alguns de seus processos prescreveram, e outros retornarão à primeira instância. Ou seja, aos 76 anos de idade, ele jamais voltará à cadeia, onde permaneceu ao longo de 580 dias.
Amanhã, quinta-feira, 25 de agosto, Luiz Inácio Lula da Silva passará por outro julgamento: o da opinião pública. É que será entrevistado pelo Jornal Nacional às 20h30, com duração de 40 minutos.
Nesse tempo, terá a oportunidade de se defender dos escândalos do mensalão e do petrolão, fora os casos do sítio em Atibaia e da cobertura no Guarujá, se é que essas coisas lhe serão perguntadas pelos jornalistas William Bonner e Renata Vasconcellos.
Nos últimos dias, Lula, cujo grande objetivo é vencer as eleições no primeiro turno, tem se expressado mal, tanto na forma como no conteúdo.
Sua rouquidão embaralha as palavras, tornando-as ininteligíveis. Pior, recentemente o candidato, num comício em São Paulo, se referindo à violência doméstica, saiu-se com essa:
“Quer bater em mulher? Vá bater noutro lugar, mas não dentro da sua casa.”
Isso o candidato vai ter de explicar direitinho.
Ivan Sant’Anna, trader, escritor e colunista na Inv Publicações.
Publicado em: Política