O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), questionou a forma como seus depoimentos à Polícia Federal (PF) foram registrados no processo de delação premiada. Em áudio divulgado pela revista Veja nesta quarta-feira (29), Cid afirma que palavras que ele não teria dito foram incluídas nos registros da PF.
“Esse troço está entalado, cara. Está entalado. Você viu que o cara botou a palavra golpe, cara? Eu não falei uma vez a palavra golpe, eu não falei uma vez a palavra golpe”, declarou o militar.
Cid relatou ainda sua insatisfação com o conteúdo registrado nos depoimentos e levantou dúvidas sobre sua condição psicológica no momento em que prestou as declarações. “Foi furo, foi erro, sei lá, acho até a condição psicológica que eu estava na hora ali [do depoimento]. Porra! Eu não falei golpe uma vez. Não falei golpe uma vez”, reforçou.
O tenente-coronel prestou mais de um depoimento à PF, e não é possível determinar a qual deles ele se referia no áudio. No entanto, segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo, a palavra “golpe” aparece no registro do primeiro depoimento de Cid, ocorrido em agosto de 2023.
De acordo com esse registro, Cid teria afirmado que, após a derrota nas eleições de 2022, Bolsonaro se reuniu com três grupos distintos. Um desses grupos era composto por “radicais”, que estariam “tentando convencer” o ex-presidente a agir de alguma maneira. Dentro desse grupo, havia ainda dois subgrupos: um que buscava comprovar supostas fraudes nas urnas e outro que defendia “um braço armado” e queria “de alguma forma incentivar um golpe de Estado”.
Publicado em: Política