Defesa do ex-presidente solicitou o impedimento do ministro em processo sobre trama golpista
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que não haverá “nenhum desconforto” em participar do julgamento sobre Jair Bolsonaro, após a defesa do ex-presidente solicitar o seu impedimento.
“Vai se dar de acordo com as regras do jogo, com isenção e respeito à ampla defesa”, disse a jornalistas.
Segundo Dino, o ex-presidente terá o direito à ampla defesa e os ministros da Corte foram indicados por “cinco presidentes diferentes”.
“O Supremo é composto por 11 ministros. Todos chegaram lá do mesmo modo, todos escolhidos por presidentes da República e aprovados no Senado. Existem ministros indicados por cinco presidentes da República diferentes. E o julgamento certamente vai se dar de acordo com as regras do jogo previstas na lei, com isenção, e com o respeito à ampla defesa.
Não conheço os fatos, a petição… certamente vou conhecer. Mas, em relação a mim não há nenhum desconforto, nenhum incômodo, nada nesse sentido, porque considero que os advogados dele e de todos os demais denunciados têm, não só o direito, como o dever de exercer a ampla defesa”, afirmou.
Defesa de Bolsonaro
O advogado criminalista Celso Villardi conversou com o presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, a quem disse que protocolará um pedido para impedir a participação dos dois integrantes da Corte no julgamento do ex-presidente. .
A defesa do Bolsonaro entende que Zanin e Dino foram indicados pelo presidente Lula (PT) ao STF e, além disso, os dois ministros entraram com processos contra Bolsonaro na justiça.
Na visão de Villardi, Zanin e Dino deveriam se declarar impedidos de participar de julgamento do ex-presidente.
Delação de Cid
A defesa de Bolsonaro segue com a estratégia de contestar as provas obtidas por meio da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Enquanto tentam adiar a apresentação de uma resposta, os advogados devem explorar falhas na denúncia.
O advogado Celso Vilardi questionou a forma como os depoimentos de Cid foram coletados por Moraes e afirmou que houve mudanças nas versões.
A colaboração do tenente-coronel foi negociada com a Polícia Federal e homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em 2023.
“A delação vai ser questionada”, disse Vilardi na semana passada.
Segundo o advogado, a intenção é pedir a anulação com base no fato de Cid ter afirmado, em áudios vazados à Revista Veja, que foi induzido a fornecer informações que não sabia.
Posteriormente, em audiência com o ministro do STF, Cid declarou que nunca foi pressionado e confirmou seu interesse na colaboração.
Por o antagonista
Publicado em: Política