Ministro indicado pelo ex-presidente afirmou não haver ‘interesse extrapenal’ para impedi-los de participar

O ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), indicado por Jair Bolsonaro, votou contra nesta quinta-feira, 20, o pedido do ex-presidente para retirar os ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin do julgamento da denúncia por suposta tentativa de golpe de Estado.
“Não se verifica a possibilidade de o referido magistrado ser titular de qualquer interesse de natureza extrapenal em face do excipiente em consequência de eventual desfecho desfavorável do processo criminal” diz Nunes Marques.
Nunes Marques também votou para rejeitar as solicitações do ex-ministro Walter Braga Netto contra os três ministros.
Maioria formada
O STF formou maioria nesta quarta-feira, 19, para manter os ministros Cristiano Zanin, Flávio Dino e Alexandre de Moraes no julgamento sobre Bolsonaro e mais 33 denunciados.
Os três ministros, que compõem a Primeira Turma do STF, participarão da audiência de análise da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que pode tornar Bolsonaro e sete pessoas réus no Supremo em 25 de abril.
Os advogados de Bolsonaro defendiam o impedimento de Zanin e Dino sob a alegação de que os ministros já moveram ações contra o ex-presidente no passado. Além disso, a defesa argumentou que a denúncia deveria ser apreciada por todos os 11 integrantes do Supremo no Plenário.
Votos
Na véspera, sete ministros votaram contra o impedimento de Dino: Luís Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Luiz Edson Fachin e Cármen Lúcia.
No caso do impedimento de Zanin, os mesmo seis ministros e Dino, exceto o próprio Zanin, também decidiram rejeitar o pedido de impedimento.
Na análise da suspeição de Moraes, os ministros Barroso, Gilmar Mendes, Zanin, Dino, Toffoli, Cármen Lúcia e Fachin votaram contra a suspeição
Publicado em: Política