Desembargador aposentado chama Moraes de ‘pior pessoa do mundo’ após sentença de 14 anos para mulher que pichou estátua da Justiça com batom

Publicado em   24/mar/2025
por  Caio Hostilio

Alexandre de Moraes

O desembargador aposentado e advogado Sebastião Coelho, defensor de Filipe Martins, ex-assessor do governo Bolsonaro, criticou duramente o ministro Alexandre de Moraes, do STF, classificando-o como uma das “piores pessoas do mundo”. A declaração foi feita em reação à sentença de 14 anos de prisão imposta à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, condenada por envolvimento nos atos do 8 de janeiro. (Vídeo no final da matéria).

Débora ganhou notoriedade ao pichar a estátua da Justiça com a frase “perdeu, mané”, em alusão a um comentário do ministro Roberto Barroso em 2022. Em vídeo divulgado no Instagram, Coelho contestou a alegação de Moraes de que a ré teria vandalizado a estátua, argumentando que a pichação foi rapidamente removida e que a interpretação de gravidade do ministro é exagerada. Coelho, inclusive, incentivou mulheres a replicarem a frase em solidariedade a Débora.

Moraes, por sua vez, classificou os atos de Débora como crimes graves, comparáveis aos imputados a Bolsonaro e outros acusados de planejar um golpe de Estado em 2022. As acusações incluem associação criminosa, dano ao patrimônio público e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, baseadas em imagens da ré pichando a estátua, interpretadas pelo ministro como apoio aos protestos antidemocráticos.

A defesa de Débora, liderada por Coelho, alega que não há provas de que ela tenha invadido as sedes dos Três Poderes, e que as imagens a mostram apenas na praça, o que não seria suficiente para comprovar sua participação nos crimes. Moraes, no entanto, argumenta que os atos, por terem ocorrido em meio a multidões, permitem a responsabilização coletiva. Outro ponto de controvérsia é o apagamento de mensagens do WhatsApp por Débora, interpretado pelo ministro como tentativa de ocultar seu envolvimento nos eventos.

Débora foi presa preventivamente em 2023 e se tornou ré por unanimidade na 1ª Turma do STF, apesar dos esforços da defesa para reverter a denúncia. O caso reacende o debate sobre os limites da justiça em resposta a atos de protesto e a proporcionalidade das penas aplicadas.

  Publicado em: Política

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