Antônio Carlos Camilo Antunes teria transferido 9,32 milhões de reais a pessoas relacionadas a servidores do órgão entre 2023 e 2024

A Polícia Federal aponta que Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, recebeu 53,58 milhões de reais de entidades associativas e de intermediárias no esquema de descontos ilegais de aposentadorias atribuído à cúpula do Instituto Nacional do Seguro Social, registrou a Folha de S.Paulo.
Apontado na investigação como “epicentro da corrupção ativa”, o lobista também teria transferido 9,32 milhões de reais a pessoas relacionadas a servidores do órgão entre 2023 e 2024.
Antunes foi um dos alvos da operação Sem Desconto, deflagrada na quarta-feira, 23.
“A partir da análise detalhada das transações financeiras identificadas na presente IPJ, é possível concluir que o esquema em questão envolve uma rede de empresas e pessoas físicas que atuam de forma coordenada para movimentar recursos advindos de um esquema ilícito, utilizando mecanismos complexos de envio e recebimento de valores entre as partes envolvidas”, afirmou o inquérito da PF.
O “Careca do INSS” usava empresas “para prestar serviços de consultoria a entidades que cobram mensalidades associativas dos aposentados”.
Repasses
Segundo a investigação, o lobista pagou 7,54 milhões de reais a Virgílio Filho, ex-procurador-geral do INSS, 1,46 milhão de reais a André Fidelis e 313 mil reais a Alexandre Guimarães, ambos ex-diretores do instituto.
Os pagamentos teriam sido realizados direta ou indiretamente.
O Ministério Público Federal indicou no processo relacionado à operação Sem Desconto que “emergem sérios indícios” de que “associações realizaram (e continuam promovendo) descontos associativos indevidos de milhares de aposentados e pensionistas do INSS, auferindo, assim, enriquecimento ilícito, possível ocultação de patrimônio e de movimentações financeiras, crimes de corrupção, violação de sigilo funcional e organização criminosa”.
O “Careca do INSS”
Antônio Carlos Camilo Antunes é investigado por atuar como o “facilitador” no esquema de fraudes nos descontos indevidos de aposentados, “atuando como consultor para várias entidades que firmaram acordos de cooperação técnica com o INSS”, segundo a PF.
No relatório, ele aparece como sócio de 21 empresas, das quais 19 foram criadas a partir de 2022.
Pelo menos quatro delas “estão envolvidas e são utilizadas na ‘farra do INSS’”.
“Com efeito, verificou-se que as empresas de Antonio Carlos Camilo Antunes operaram como intermediárias financeiras para as entidades associativas e, em razão disso, receberam recursos de diversas associações que, em parte, foram destinados a servidores do INSS”, diz o documento.
Por o antagonista
Publicado em: Política