O Ministério da Cultura afastou o servidor público federal Pablo Silva Santiago, de 39 anos, que está sendo investigado por supostamente gravar mulheres em locais públicos e privados e trocar as imagens por conteúdo de necrofilia (sexo com cadáveres).

Em nota assinada pelo corregedor-substituto, Rafael Otávio de Lima, a pasta determinou o afastamento preventivo de Pablo pelo prazo de 60 dias, “sem prejuízo da remuneração do servidor e, diante da urgência da medida, será assegurado o contraditório diferido”.

O órgão também se manifestou em nota, afirmando que cobrará rigor na apuração dos fatos. “Manifestamos solidariedade às vítimas e reafirmamos nosso compromisso com a proteção das mulheres e a integridade dos espaços culturais”, completou o Ministério da Cultura.

A investigação aponta que o servidor instalava câmeras escondidas em banheiros de residências e locais públicos para filmar mulheres sem o consentimento delas. Estima-se que ele possua mais de mil fotos e vídeos dessas gravações.

O caso está sendo conduzido pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), que realizou uma operação de busca e apreensão na casa de Pablo Santiago na terça-feira (13/5). Foram confiscados notebooks, celulares e HDs externos. Segundo depoimentos colhidos pela Deam, o suspeito participava de sites pornográficos e grupos no Telegram para compartilhar os arquivos em troca de vídeos de necrofilia.

De acordo com o Metrópoles, Pablo confessou o vício à então namorada no mês anterior, quando ela descobriu a prática criminosa, e também a um amigo. Em abril deste ano, a ex-namorada de Pablo acessou o computador dele e encontrou milhares de fotos e vídeos íntimos de diversas mulheres, organizados por data e nome das vítimas, com registros desde 2017. As imagens não se restringiam a pessoas usando banheiros, mas também as mostravam em contextos sexuais.

A ex-namorada descobriu que Pablo havia gravado mulheres escondidas em diversos locais, incluindo as casas onde morou, o banheiro do salão de sua tia e os banheiros da casa de um amigo e da mãe desse amigo. Ao ser confrontado, Pablo justificou o material como sendo resultado de seu vício em pornografia. Ele chegou a mostrar à ex-namorada um HD externo com ainda mais conteúdo, incluindo imagens dela gravadas sem seu consentimento enquanto tomava banho e usava o banheiro.

Pablo Santiago, que também atua como professor de dança em uma escola de salsa, onde teria feito diversas vítimas, se apresenta como professor de matemática, DJ, agitador cultural e engenheiro, utilizando o pseudônimo Pablo Peligro. O espaço permanece aberto para que Pablo apresente sua versão dos fatos.