A euforia pela compra do carro flex e uso alternativo do etanol como combustível ficaram pra trás no Brasil. Depois de dobrar a produção de cana em menos de uma década, com o objetivo de abastecer com álcool os carros flex fabricado aos montes e alavancar o etanol no mercado externo, os usineiros abriram os olhos e os investimentos cresceram.

Agora esses usineiros dizem que os investimentos sumiram e, com isso, a produção estagnou e os preços na bomba dispararam. O aumento afugentou os donos dos carros flex – que foram ludibriados com uma propaganda enganosa do governo -, e preferem abastecer seus carros flex com gasolina. Uma notícia ruim para um País que tenta promover seu combustível renovável mundo afora.

Segundo dados da ANP, em 2010, os brasileiros consumiram 22,1 bilhões de litros de etanol, 2,9% menos que em 2009. Foi a primeira queda desde 2003, quando as montadoras lançaram seus primeiros modelos capazes de rodar tanto a álcool quanto a gasolina. A redução só não foi maior porque as vendas de gasolina C, que contém 25% de álcool anidro, cresceram 17,5%. As vendas do etanol hidratado, aquele vendido na bomba, cederam 8,5%. Como resultado, a participação do etanol nas vendas globais de combustíveis caiu de 20,6% para 18,2%.

Na verdade, o Etanol se tornou pouco atraente para os consumidores, por culpa de uma política séria de produção. O governo, a Petrobrás, os usineiros, as distribuidoras e os cartéis, sabem que o etanol só vale a pena – ao menos, do ponto de vista do bolso – quando custa até 70% do preço da gasolina. Como isso não acontece, visto que gera prejuízos a toda essa rede, a gasolina mesmos com suas subidas astronômicas continua valendo mais a pena que o álcool.

O certo é que o lucro está acima do bem-estar da população brasileira. Então vejamos: Segundo dado dos usineiros, depois de atingir a marca recorde de 27,1 bilhões de litros, na safra que foi de abril de 2008 a março de 2009, a produção brasileira de etanol parou de crescer e, agora, ameaça cair. Para eles, estimativa na produção deverá recuar 4%, de 27,2 bilhões para 26,1 bilhões de litros, na safra 2011-2012, que começa em abril. Por outro lado, as vendas de carros flex continuam a crescer e devem bater novo recorde em 2011. É mole?

Os usineiros – espertos, pois precisam fazer parte de grande cartel -, admitem que perderam produtividade em razão da falta de investimentos e que estão endividados, após a expansão dos anos anteriores. Para eles, a venda de álcool – e açúcar abaixo do preço de produção, acumulando prejuízo e perda -, com isso é melhor produzir açúcar.

Na verdade, os usineiros querem dizer que o etanol só consegue repassar seus custos até um limite determinado pela concorrência com a gasolina, controlada pelo governo.

Segundo especialistas, O preço do álcool- ficou emparedado, apesar da pressão de custo e que não há razão para o governo reajustar agora os combustíveis. O preço da gasolina brasileira está atualmente 3,8% acima da média mundial.

O certo é que as montadoras continuam fabricando aos montes carros flex, enquanto que os usineiros não vão ampliar a capacidade de produção até que se crie um ambiente mais favorável ao etanol. Quem sofre com isso? Nós, consumidores enganados.

O governo se diz preocupado com o destino do programa do etanol, que teme problemas de abastecimento. Ora bolas!!! O problema já está aí!!! A gasolina aqui em São Luís vai para R$ 3,50 o litro e o Etanol acompanhará o preço, exatamente para tirar do consumidor qualquer alternativa que possa reduzir os lucros dos cartéis que tomaram conta dessa área desde que o governo deixou de tabelar e controlar o preço por todo o Brasil.

Portanto, companheiros ludovicenses, vamos nos acostumar a pagar R$ 3,50 por litro de gasolina ou então iniciarmos uma campanha: “Diga não ao abastecimento” e passemos a andar a pé, de bicicleta, jegue, cavalo…

  Publicado em: Governo