Olá Blog do Caio Hostilio
Escrevi para O Globo sobre a mudança de patamar da aviação comercial brasileira com a entrega dos novos terminais aeroportuários.
Convido você a ler e comentar o que está achando dessa revolução na maneira de voar no país.
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Uma boa surpresa
(Por Moreira Franco)
Ao longo deste ano, cada brasileiro que precisar usar os nossos aeroportos sentirá e verá uma mudança de patamar.
O primeiro passageiro a pisar o novo terminal sul do Aeroporto de Brasília, ainda durante a fase de testes, ficou tão surpreendido com a arquitetura, os espaços generosos e o conforto que declarou a um jornalista: “Parece que não estou no Brasil.”
Não foi o desabafo de uma pessoa recalcada, que nos vê cercados de mazelas e sem competência para resolver nossos problemas. Minha leitura da frase do passageiro foi, ao contrário, a de uma constatação: a descoberta do novo e, quem sabe, a esperança de que a realidade esteja mudando.
A esperança se justifica: ao longo deste ano, cada brasileiro que precisar usar os nossos aeroportos sentirá e verá uma mudança de patamar. O setor aeroportuário está recebendo, num curto espaço de tempo, o maior volume de investimentos que jamais teve. As transformações ocorrem não apenas na modernização e na ampliação dos terminais de passageiros, mas também no aumento da oferta de pistas, pátios, de novas tecnologias operacionais e em obras de acesso.
Em Brasília, o investimento total será de R$ 1,2 bilhão. O número de pontes de embarque (também conhecidas como fingers) já cresceu de 13 para 23 e chegará a 29 neste mês de maio. A capacidade do aeroporto será aumentada de 16 milhões para 21milhões de passageiros por ano. Em Guarulhos, nosso principal aeroporto internacional, os investimentos totais são de R$ 2,9 bilhões na primeira fase, e a capacidade do aeroporto saltará de 25 milhões para 45 milhões de passageiros por ano. Só o terminal 3 terá capacidade para 12 milhões de pessoas. Em Viracopos, o novo terminal de passageiros aumentara a capacidade do aeroporto de 14 milhões para 22 milhões de pessoas por ano. Os investimentos na primeira fase são de R$ 2,5 bilhões. Além disso, entrará em operação nas próximas semanas um aeroporto totalmente novo em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, que servirá à cidade de Natal.
Já com contratos assinados para iniciar as mudanças, os aeroportos do Galeão, no Rio, e de Confins, em Belo Horizonte, se juntarão aos quatro já concedidos à operação pela iniciativa privada para oferecer a mais de 50% dos passageiros dos vôos domésticos e mais de 80% dos de vôos internacionais uma qualidade de serviço que permitirá que os aeroportos brasileiros voltem a frequentar a lista dos melhores do mundo.
Essa possibilidade, sem dúvida, foi aberta pela decisão do governo de romper com velhas estruturas mentais e abrir os aeroportos à parceria com a iniciativa privada, por meio das concessões. Estas permitem, em primeiro lugar, a aplicação de recursos em volume e velocidade superiores à capacidade do setor público. Além disso, as concessões mudam a própria filosofia da operação dos aeroportos – que passa a ser a de competição pelo melhor serviço ao passageiro.
A transformação também acontece nos aeroportos da Infraero. Eles vêm sendo remodelados, nas capitais e no interior. Os investimentos até agora já somam R$ 4,3 bilhões. O objetivo é o mesmo: recuperar em curto espaço de tempo a nossa infraestrutura aeroportuária, que sofreu um longo processo de desgaste em razão da crise econômica iniciada ainda no regime militar. Como temos os melhores grupos do mundo operando os aeroportos concedidos, estamos certos de que eles prestarão um bom serviço. Mas o ambiente de concorrência criado por eles também deverá ajudar a Infraero a mudar suas práticas de atendimento aos passageiros – tratando-os como clientes.
A experiência que relatei no início deste texto foi vivida por um brasileiro que teve uma boa surpresa com o que viu em Brasília. Se esse mesmo passageiro estiver no primeiro voo para Guarulhos ou Natal, também este mês, para o novo terminal de Viracopos, para Manaus e depois para Galeão e Confins, constatará que o país mudou. Que, como lembrou a presidente Dilma referindo-se ao depoimento desse brasileiro, ele está, sim, no Brasil. Um Brasil que nos permite pensar o futuro com mais confiança.
Moreira Franco é ministro-chefe da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República
Publicado em: Governo
Meu caro, o governo tem que empregar o dinheiro dos impostos em coisas que a população mais tem necessidade, como é o caso da saúde, segurança e outros, deixando esses detalhes como aeroportos, estradas, para iniciativa privada, claro cobrando taxas que o contribuinte possa pagar. Vemos como foi o caso da telebrás, que depois de privatizada, melhorou o acesso a telefonia a todos os povos. Outro dia vi um carroçeiro em minha cidade falando ao celular e fiquei satisfeito, pois hoje a telefonia atinge todas as classes.