Terminei de assistir o Mirante TV e ver os candidatos falar sobre seus projetos para a geração de emprego e renda… Caramba!!! Quanta baboseira… Um montão de palavras decoradas sem funcionalidade alguma, ainda mais quando se fala na prática.
No blábláblá tudo é fácil demais!!! Se fosse assim eu já teria me candidatado e contrataria o Duda Mendonça para inventar um montão de palavras confusas para que eu destilasse nos ouvidos dos brasileiros!!!
Querem ser milagrosos!!! As favas com essa ladainha escrota para enganar otário…
Quantos já prometeram agricultura familiar como à forma de sustentabilidade nesse país? Eu escuto essa história desde a década de 60 e vários laboratórios foram formalizados e tudo não passou de uma grande falácia… Os assentamentos por todo esse país estão abandonados ou se tornaram bolsões de misérias, isso por conta da própria cultura do brasileiro e não por falta de apoio do poder público.
Quem já mostrou, lutou ou apresentou um projeto para que as toneladas de alimentos dispensados e frutas e verduras fossem aproveitadas para amenizar a fome de milhões e milhões de seres humanos que passam fome de fato?
Quem apresentou um projeto de reciclagem? Já imaginaram quantos empregos geram isso através de cooperativas? O homem não quer viver no campo, mas sim nos grandes centros!!!
Para gerar emprego no Brasil, em primeiro lugar, é preciso acabar com a bravata irresponsável e o discurso incompetente. É preciso até mesmo proibir que se enganem as pessoas numa questão tão dramática. Registros de candidatos deveriam ser negados e mandatos deveriam ser cassados nos casos de promessa vazia e eleitoreira. O estelionato eleitoral deveria ser considerado crime de lesa pátria.
Antes de ter uma fórmula de geração de emprego é prioritário um diagnóstico correto, objetivo e desapaixonado da situação crítica que leva ao desemprego. E disso, infelizmente, não dispomos. Para começar, deveríamos falar em “desempregos” e não em desemprego, como se fosse tudo a mesma coisa. Temos três tipos de desemprego no Brasil e cada um deveria ser considerado separadamente.
O primeiro é o desemprego herdado do passado, conseqüência das grandes transformações na agricultura, não necessariamente transformações para melhor, para novos padrões tecnológicos. Transformações e crises específicas de determinados setores da economia.
O segundo é o desemprego industrial que vem sendo produzido na atual conjuntura econômica, decorrente, sobretudo da modernização tecnológica, da chamada reestruturação produtiva, em que homens são substituídos por máquinas. Aí também há os efeitos da concorrência internacional, fator de modernização, inevitável. Mas há, além disso, a concorrência de produtos importados de países cuja produção industrial e agrícola se baseia na superexploração da força de trabalho, com trabalhadores ganhando salários ridículos, aquém das necessidades humanas.
O terceiro é o desemprego prospectivo das novas gerações, o tema menos discutido, menos conhecido e menos abordado. Nossas melhores escolas superiores estão hoje diplomando desempregados. Todas as profissões que poderíamos chamar de conspícuas estão sendo degradadas pela deterioração dos salários dos altamente qualificados e pela desmotivação e competição em que o pessoal mais qualificado atua como seu próprio inimigo.
Portanto, não debata o assunto tão pertinente como esse apenas no senso comum e no jogo de palavras decoradas soltas!!!
Publicado em: Governo