Uma pesquisa divulgada com exclusividade pela Atlasintel para o programa GPS CNN, divulgada no sábado (15), trouxe à tona um dado alarmante sobre a percepção dos brasileiros em relação ao poder Legislativo. Segundo o levantamento, 82% dos cidadãos afirmam não confiar no Congresso Nacional, revelando uma crise de credibilidade das instituições legislativas.
Segundo a analista política da CNN Julliana Lopes essa significativa rejeição está intrinsecamente ligada à percepção generalizada de que os parlamentares priorizam pautas que beneficiam a si próprios, em detrimento dos interesses da população. “Há um entendimento de que os parlamentares trabalham muito mais para si, para as pautas que beneficiam os próprios deputados e os senadores do que a população”, explicou Julliana.
Pautas polêmicas agravam desconfiança A pesquisa também apontou três temas específicos que contribuem para a imagem negativa do Legislativo: as mudanças na Lei da Ficha Limpa, a PEC do Semipresidencialismo e o controle das emendas parlamentares. Esse levantamento evidencia uma clara desconexão entre as prioridades dos parlamentares e as demandas da sociedade.
A questão das emendas parlamentares surge como um ponto crítico nesse cenário. Embora sejam um instrumento importante para os congressistas direcionarem recursos às suas bases eleitorais, a falta de transparência na aplicação desses fundos tem gerado desconfiança na população. Desafios para recuperar a confiança A crise de imagem do Legislativo apresenta-se como um desafio significativo para a nova mesa diretora da Câmara e do Senado.
A recuperação da confiança da população passa necessariamente por uma maior transparência na gestão dos recursos públicos e por um alinhamento mais efetivo entre as pautas legislativas e as reais necessidades dos cidadãos. Com as eleições de 2026 já no horizonte político, a pressão por mudanças na atuação parlamentar tende a aumentar.
A população demonstra estar atenta aos movimentos dos legisladores, exigindo uma postura mais comprometida com os interesses coletivos e menos focada em benefícios próprios ou partidários.
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