Advogado Celso Villardi entende que os ministro Cristiano Zanin e Flávio Dino, por terem ações contra o ex-presidente, devem ficar impedidos

O advogado criminalista Celso Villardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo em que é apontado como participante de trama golpista, vai solicitar o impedimento dos ministros Cristiano Zanin e Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), segundo revelou o jornal Folha de S.Paulo.
Villardi conversou com o presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, a quem disse que protocolará um pedido para impedir a participação dos dois integrantes da Corte no julgamento do ex-presidente. O STF não divulgou os detalhes da pauta do encontro, e Vilardi também não fez comentários sobre o motivo da reunião.
A defesa do Bolsonaro entende que Zanin e Dino foram indicados pelo presidente Lula (PT) ao STF e, além disso, os dois ministros entraram com processos contra Bolsonaro na justiça.
Na visão de Villardi, Zanin e Dino deveriam se declarar impedidos de participar de julgamento do ex-presidente.
Delação de Cid
A defesa de Bolsonaro segue com a estratégia de contestar as provas obtidas por meio da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Enquanto tentam adiar a apresentação de uma resposta, os advogados devem explorar falhas na denúncia.
O advogado Celso Vilardi questionou a forma como os depoimentos de Cid foram coletados por Moraes e afirmou que houve mudanças nas versões.
A colaboração do tenente-coronel foi negociada com a Polícia Federal e homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em 2023.
“A delação vai ser questionada”, disse Vilardi na semana passada.
Segundo o advogado, a intenção é pedir a anulação com base no fato de Cid ter afirmado, em áudios vazados à Revista Veja, que foi induzido a fornecer informações que não sabia.
Posteriormente, em audiência com o ministro do STF, Cid declarou que nunca foi pressionado e confirmou seu interesse na colaboração.
Além disso, a defesa de Bolsonaro também considera pedir que o caso seja julgado no plenário do STF, ao invés de ser analisado pela Primeira Turma da Corte.
Moraes tem obtido decisões unânimes no colegiado menor, enquanto no plenário há uma maior chance de divergência entre os ministros.
Publicado em: Política