
O Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira, aos 88 anos, deixando a Igreja Católica em luto e iniciando os preparativos para a escolha de seu sucessor. O Conclave, reunião dos cardeais eleitores para eleger o novo papa, deve ocorrer em até 20 dias, conforme as normas da Igreja.
A liderança da Santa Sé passa temporariamente ao Colégio Cardinalício, composto por 226 cardeais, dos quais 132, com menos de 80 anos, participarão do Conclave. Entre eles, sete brasileiros: Sérgio da Rocha (Salvador), Jaime Spengler (Porto Alegre), Odilo Scherer (São Paulo), Orani Tempesta (Rio de Janeiro), Paulo Cezar Costa (Brasília), João Braz de Aviz (Brasília, emérito) e Leonardo Ulrich Steiner (Manaus).
Os “papáveis” e os favoritos
Especialistas apontam uma lista diversificada de cardeais como possíveis sucessores de Francisco, refletindo a globalização da Igreja. O site “Colégio dos Cardeais” destaca 22 nomes, incluindo representantes de países como Brasil, Itália, Filipinas, Congo e Portugal. Entre os favoritos estão:
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Cardeal Pietro Parolin (Itália): Secretário de Estado do Vaticano, é considerado um dos mais influentes na hierarquia atual.
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Cardeal Matteo Zuppi (Itália): Arcebispo de Bolonha, lidera a conferência episcopal italiana e é visto como progressista.
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Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas): Chefe do escritório missionário do Vaticano, é um nome forte da Ásia.
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Cardeal Jean-Marc Aveline (França): Arcebispo de Marselha, alinhado ao estilo pastoral de Francisco.
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Cardeal Leonardo Ulrich Steiner (Brasil): Primeiro cardeal da Amazônia brasileira, representa a preocupação com questões ambientais e sociais.
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Cardeal Sérgio da Rocha (Brasil): Arcebispo de Salvador, também cotado no cenário internacional.
Outros nomes incluem o cardeal Christoph Schönborn (Áustria), com apelo conservador, e Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo), que reforça a presença africana.
O Conclave: um ritual milenar
O processo de escolha do novo papa ocorrerá na Capela Sistina, sob o famoso afresco do Juízo Final de Michelangelo. Após uma missa na Basílica de São Pedro, os cardeais eleitores farão um juramento de sigilo e iniciarão as votações. O cardeal camerlengo supervisionará o processo, que exige maioria de dois terços para a eleição do papa. Caso não haja consenso após 24 rodadas, uma maioria simples pode ser adotada.
A eleição será sinalizada pela tradicional fumaça na chaminé da Capela Sistina: preta, se não houver papa eleito; branca, quando o novo líder da Igreja for escolhido. Milhares de fiéis são esperados na Praça de São Pedro para acompanhar o anúncio do “Habemus Papam”.
Um papa para um mundo em mudança
A escolha do próximo papa será crucial para a Igreja Católica, que enfrenta desafios como a secularização, questões éticas e a necessidade de diálogo inter-religioso. A diversidade dos “papáveis” sugere que o próximo pontífice poderá vir de regiões até então pouco representadas, como a África, a Ásia ou a América Latina, seguindo o legado de Francisco, o primeiro papa latino-americano.
Publicado em: Política