O presidente Lula (PT) voltou a ser vaiado ao participar da Marcha dos Prefeitos nesta manhã, em Brasília
O que aconteceu
Lula foi vaiado em pelos menos três momentos. Primeiro, ao ser anunciado para entrar no palco. Também teve aplausos, mas as vaias foram preponderantes. Alguns ministros presentes fizeram menção de reprimir as manifestações, mas o presidente ignorou.
As vaias se repetiram ao ser chamado para falar. Lula esperou por um momento e não citou os gritos. As manifestações negativas voltaram ao final do discurso, enquanto agradecia, com breves protestos durante a fala. Ele já havia sido vaiado no ano passado.
A marcha é o principal evento com prefeitos na capital federal. Neste ano, segundo a CNM (Confederação Nacional dos Municípios), foram mais de 14 mil inscritos —quase o triplo das 5.570 cidades do país.
O presidente tampouco teve uma recepção agradável do presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. “Abra o olho. Vamos votar pautas estruturantes”, disse o ex-prefeito de Mariana Pimentel (RS), ao reclamar da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a transparência para a designação de emendas. Para ele, é impeditivo que um deputado “tenha de explicar” o projeto.
Lula não deixou passar. Sem citar especificamente a atuação do ex-prefeito no governo Jair Bolsonaro (PL), disse que o presidente da CNM “voltou a ser velho Paulo Ziulkoski com um discurso mais inflamado, com um discurso mais contundente, como sempre deveria ser um representante do prefeito em todas marchas”.
Em sua fala, fez ainda um aceno ao ministro Rui Costa, da Casa Civil. “[O papel dele] é fazer com que as coisas funcionem corretamente e que todos os secretários se dirijam a ele para que as coisas possam andar”, elogiou o presidente, na presença do ministro, a quem chamou do “mais bem-sucedido governador da Bahia”.
A fala se dá logo na semana seguinte à crise gerada após a fala da primeira-dama Janja da Silva na China. O ministro foi apontado pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo como responsável pelo vazamento, o que teria irritado o presidente. Rui não comentou o caso oficialmente, mas considerou a especulação um ato de “traição” e de “fogo amigo”.
Lula participa do evento anual desde que assumiu, em 2023. Neste ano, subiu ao palco junto ao vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e aos presidentes Davi Alcolumbre (União-AP), do Senado, e Hugo Motta (Republicanos-PB), da Câmara.
Por Uol
Publicado em: Política