Falta tudo!!! Sarney diz que ‘faltam muitas’ lideranças políticas no Brasil e critica reeleição

Publicado em   22/maio/2025
por  Caio Hostilio

Ex-presidente participou de evento ’40 anos de Democracia no Brasil’, na Faculdade de Direito da USP, nesta quarta-feira

O ex-presidente José Sarney (MDB) criticou, nesta quarta-feira (21), o que classificou como uma “falta de lideranças” na política brasileira, se opôs ao mecanismo da reeleição presidencial e classificou como “inadmissível” o uso de emendas parlamentares para a “promoção pessoal” de lideranças. As críticas foram feitas no evento “40 anos de Democracia no Brasil”, realizado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Sarney, que assumiu a presidência em 1985 após 21 anos de ditadura militar no Brasil, afirmou que a Constituição impede retrocessos políticos no país apesar da “lamentável” polarização política vivida nos últimos anos.

— Não subsiste de maneira nenhuma que o país possa aceitar uma casa dividida. A população não aceita. Nós queremos união e, ao mesmo tempo, a solução dos nossos problemas de uma maneira consensual, não através do ódio — disse em coletiva de imprensa.

Com respostas curtas, o ex-presidente falou por pouco mais de uma hora no evento. Questionado se o país tem uma falta de lideranças políticas, se limitou a dizer:

— Não falta uma, faltam muitas.

Ele também criticou o mecanismo da reeleição, que tem sido debatido no Congresso Nacional. Hoje, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que extingue a reeleição para os cargos de presidente, governador e prefeito. Na avaliação de Sarney, os políticos em primeiro mandato concentram esforços demais em se manterem no poder.

— No segundo mandato, sem objetivo nenhum, ele faz um mandato pior do que o primeiro — disse.

O texto aprovado hoje na CCJ, relatado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), prevê um mandato único de cinco anos para todos os cargos eletivos, incluindo deputado e senador. Foi aprovado na comissão de forma simbólica, sem a contagem dos votos.

O ex-presidente também criticou o enfraquecimento dos partidos brasileiros, que têm recorrido a federações de fusões  para manter a viabilidade eleitoral. Uma maneira de fortalecer as siglas, ponderou, seria o fim sistema proporcional com lista aberta, no qual o eleitor vota em uma pessoa e não diretamente no partido, e a adoção de um sistema distrital misto.

— Esse voto é responsável por todas essas distorções que nós vemos. A impossibilidade das formações de partido, o enfraquecimento do Congresso. A alternativa é o voto distrital misto — afirmou — Temos que criar partidos fortes. Eles são a sustentação da operação eleitoral.

No sistema distrital misto, o número de vagas de cada estado é dividido ao meio, e o eleitor tem dois votos. Um para escolher diretamente um candidato do seu distrito e outro para um partido político, que compõe uma lista preordenada de candidatos.

Se um estado tem dez cadeiras de deputado federal, por exemplo, cinco serão escolhidas na modalidade do voto distrital e cinco no voto proporcional. Os distritos seriam demarcados pela Justiça Eleitoral de acordo com o número de habitantes.

No final, o ex-presidente se esquivou de responder se falta coragem dos partidos de direita de se opor ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e tentar cacifar um nome fara no núcleo criado pelo ex-deputado.

 

  Publicado em: Política

Deixe uma resposta

Contatos

hostiliocaio@hotmail.com

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

Busca no Blog

Arquivos

Arquivos

Arquivos