Após reunião com lideranças do PMDB, o ministro do Turismo, Pedro Novais, disse que poderia entregar ainda hoje sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff.

A perseguição sobre Novais começou desde que ele assumiu o posto em janeiro e, desde então, foi alvo de constantes denúncias. O principal como sempre o jornalão Folha de Paulo, ontem (13), mostrou que o salário da governanta do ministro era pago com recursos da Câmara. Hoje (14/9), o mesmo jornalão destacou que a esposa de Novais tinha como motorista particular o servidor da Câmara, Adão dos Santos Pereira.

Diante dos fatos, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse que a presidenta Dilma Rousseff aguardava esclarecimentos de Novais. “Os ministros têm responsabilidades, prestam os esclarecimentos devidos e adequados”, disse

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), disse nesta quarta-feira (14/9) que aguarda uma posição do ministro do Turismo, Pedro Novais, sobre sua permanência no governo. Depois de ser reunir por mais de uma hora com o ministro, Alves disse que o partido apoiará Novais em sua decisão. “Ele disse que ia refletir e ainda hoje me daria uma palavra. Ele não nasceu ministro. Por isso, não deve ter nenhum tipo de problema em tomar uma decisão desse nível”, disse Eduardo Alves.

Ele afirmou ainda que os pedidos de outros parlamentares do partido para que Novais deixasse o cargo quando surgiram as primeiras denúncias não refletem a posição do PMDB. “Isso é uma posição isolada, pontual. Não é a posição da bancada do PMDB.”

Como ainda não tem nada resolvido, o ministro Pedro Novais discutiu na manhã desta quarta-feira (14/9) a liberação de recursos a municípios contemplados por emendas parlamentares. Ao deixar há pouco o ministério, o deputado federal Raimundo de Macedo, o Raimundão (PMDB-CE), disse ter sido recebido por Novais para tratar da liberação de recursos para cidades cearenses e garantiu que a situação do ministro e o surgimento de novas denúncias não foram assuntos discutidos.

Segundo o parlamentar, Novais está tranquilo. Raimundão evitou comentar as denúncias de que o ministro pagava os salários de uma governanta com dinheiro público e que um servidor da Câmara dos Deputados servisse de motorista particular para a mulher de Novais. “Não sei se isso é ou não correto porque cada um sabe de si. Eu sou responsável pelo pessoal do meu gabinete e não quero dar opinião”, disse Raimundão.

O presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse que as lideranças aguardam a chegada do vice-presidente, Michel Temer, para decidir sobre a situação do ministro do Turismo, Pedro Novais. De acordo com Raupp, ele ainda não conversou com o ministro sobre as suspeitas de uso de recursos públicos para fins particulares. “Estamos ainda aguardando os esclarecimentos e espero que sejam convincentes como da primeira vez”, disse o presidente do partido, após acompanhar o governador de Rondônia, Confúcio Moura, em uma audiência com a presidenta Dilma Rousseff.

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