A ação aberta anteontem pelo STF contra três deputados do PL, por suspeita de venda de emendas parlamentares, aponta que o grupo tentou intimidar um prefeito e um lobista ligados ao caso.
A PGR cita tentativas de intimidação
O prefeito José Eudes Sampaio Nunes (Avante) foi abordado, segundo a investigação, pelo menos três vezes por um agiota ligado ao deputado Maranhãozinho, de janeiro a agosto de 2020. O agiota, que foi assassinado em junho do ano passado, chegou a ir à casa do prefeito acompanhado de dois comparsas que já foram presos por tortura e homicídio, segundo a denúncia.
“Bom dia, Josimar, tudo bom meu filho? Deixa eu te falar, ontem eu fui atrás do homem lá do Ribamar [o prefeito]. Tentei falar com ele. Ele disse que só senta se for contigo. Entendeu? Ele só paga se for pra você. Ele só resolve as coisas com você. E que ele não tem negócio comigo. Aí foi um “para pra acertar” danado, e tal. Uma confusão grande e eu tô vendo que isso vai dar merda. E eu não posso perder, entendeu? Que é 6 milhão [em emendas]. Vai dar um milhão e meio [em propina]” -Áudio do agiota Pacovan para o deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA), em 9 de junho de 2020
Agiota falou em ‘bala na cara’ de lobista
O processo mostra que Pacovan teve atritos durante a cobrança de propina. Em 29 e 30 de janeiro de 2020, o agiota falou a Maranhãozinho sobre um homem identificado como “Ebenézer”, que seria lobista de um senador. Segundo Pacovan, este lobista estava reivindicando para si o direito às propinas que seriam pagas em troca das emendas.
Segundo o agiota, “já estava tudo armado” para que as propinas fossem pagas a esse lobista. Nos áudios enviados ao deputado, Pacovan disse que pretendia falar com o prefeito e o secretário de Saúde para “esclarecer” que eles deveriam receber a propina, e que o lobista iria “pegar uma bala na cara” se insistisse na cobrança.
“O problema não está sendo em valor, o problema é um lobista que apareceu dizendo que os três valores é dele [sic]. Nós temos que desmascarar ele. Já estava tudo armado para pagar para ele. Temos que esclarecer com o prefeito e o secretário”. – Áudio de Pacovan a Josimar Maranhãozinho (PL-MA) em 29 de janeiro de 2020.
“Esse daí é o telefone do prefeito e do secretário de Saúde. Porque eu quero desmascarar, esse cara que tá dizendo que é dele [o direito às propinas]. Ele vai pegar uma bala na cara. Esse vagabundo. Eu fiquei ontem até meia-noite lá com o prefeito. Lá no Ribamar. Entendeu? Esse cabra que eu te falei. Ele tá dizendo que é dele. Que é de um senador. Que é de que não sei quem” – Áudio de Pacovan a Josimar Maranhãozinho (PL-MA) em 30 de janeiro de 2020…
Cada vez mais vem à tona as informações da investigação e coloca as evidências na formação de quadrilha.
Com informações da UOL.
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